Grêmio

O apelo de Alex Bagé para Marcelo Marques após a derrota do Grêmio no Peru

Jornalista detona elenco, cobra mudança imediata na presidência e chama Vivian de estagiário

Poucos momentos na história recente do Grêmio geraram uma explosão tão forte de sentimentos como o que se vive nesta semana. Se fora das quatro linhas o clube vive um dos capítulos mais simbólicos desde a reconstrução do Olímpico, com a compra da gestão da Arena pelo empresário Marcelo Marques — que será doada ao clube sem exigir contrapartidas — dentro delas a sensação é de frustração, agonia e preocupação.

Na noite desta quarta-feira, a derrota por 2×0 para o Alianza Lima, no Peru, pela ida dos playoffs da Sul-Americana, foi o gatilho para que vozes mais apaixonadas esbanjassem temor. Entre elas, a do jornalista gremista Alex Bagé.

Com trajetória consolidada na crônica esportiva do Rio Grande do Sul e uma relação declarada com o Grêmio, o jornalista usou seus canais nas redes sociais para fazer um pedido público a Marcelo Marques — carregado de emoção, clamor popular e um senso de urgência: que o empresário convença o presidente Alberto Guerra a renunciar antes de dezembro e assuma o futebol já, antecipando investimentos planejados apenas para 2026.

Futuro vice de futebol da gestão Marques mostra preocupação com o Grêmio e critica time

Alex Bagé em apoio a Marcelo Marques
Foto: Reprodução/Imagens de divulgação

“Tu já nos deu a Arena. Agora nos dá esperança de novo”

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O desabafo de Bagé é extenso, intenso e não economiza nas palavras. A relação entre preocupação com o clube, desencanto com o elenco atual e admiração por Marques constrói o pano de fundo dessa cobrança incomum. Nas palavras do comunicador, Marcelo Marques deixou de ser apenas um pré-candidato e se transformou, aos olhos da torcida, num símbolo de esperança neste momento difícil em campo.

“Teve um homem que foi responsável por trazer um sorriso e uma emoção positiva ao longo dos últimos dias para o torcedor do Grêmio. Ele atende pelo nome de Marcelo Marques. Ele virou meio que um salvador do Grêmio, sabe? Porque nós recuperamos esperança com o Marcelo Marques, mas isso fora de campo.”

Bagé então aponta a necessidade de intervenção imediata, mesmo reconhecendo que juridicamente e estatutariamente isso possa parecer inviável. Mas o discurso é menos institucional e mais emocional — apelando para o senso de liderança que Marques conquistou junto à torcida.

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“Marcelo Marques, por favor… convence o presidente Alberto Guerra a entregar o cargo e salva o Grêmio definitivamente. Tu já nos deu algo que a gente nem imaginava. Mas faz mais isso, por favor.”

Críticas duras à gestão e ao elenco atual

Alex Bagé também fez críticas duras ao presidente Alberto Guerra, ao executivo de futebol Luis Vagner Vivian — chamado de “estagiário” — e ao treinador Mano Menezes, apontado como ultrapassado e incapaz de entregar soluções no campo.

“Rescinde o contrato do Luis Vagner Vivian, que nunca foi executivo em lugar nenhum, que veio estagiar no Grêmio. Eles vão rebaixar o Grêmio, Marcelo. Vão te entregar um presente de grego, um cavalo de Troia.”

Em relação ao elenco, Bagé foi ainda mais ácido. Chamou Tiago Volpi de incompatível com o espírito gremista (“não vibra, não segura bola fácil”), criticou Edenilson dizendo que “nunca foi feliz em clube nenhum” e atacou diretamente os reforços do ano, como Pavón, Ronald, Monsalve, Amuzu e Alex Santana.

“Hoje o nosso centroavante foi o André Henrique, que nem centroavante é, Marcelo. Nós colocamos nas tuas costas a responsabilidade de salvar o Grêmio. Tu já nos deu sinal positivo. Mas ainda é julho, e Guerra vai levar o clube até o Natal. E pode acontecer muita coisa ruim até lá.”

A Arena, o símbolo e o contraste

O discurso de Alex Bagé ganha ainda mais força por causa da simbologia da Arena. O anúncio da doação da gestão por parte de Marques foi tratado como gesto histórico, com a promessa de ingressos acessíveis e o foco total no futebol. O primeiro jogo da nova era será na próxima quarta-feira (23), contra o Alianza Lima, em Porto Alegre — precisando vencer por três gols de diferença.

“Vai ter ingresso de 20 pila na Arena. O mais caro vai custar 90 reais. Já são cinco, seis mil novos associados. Mas para quê? Para o time do Mano Menezes, do Guerra, do Volpi, do Edenilson, do Pavón, do Ronald, do André Henrique nos entregar mais pancadas?”

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Segundo Bagé, há uma dissonância brutal entre o que está sendo construído institucionalmente e o que se vê no campo — com um time fraco, desorganizado e com jogadores pouco identificados com o clube.

“É uma mistura de sentimentos: num dia a gente sorri, no outro toma pancada. E daqui a pouco eles vão te entregar um Grêmio ainda pior, Marcelo. Por favor, salva o clube antes que seja tarde.”

Aléx Bagé comentando empate do Grêmio com Atlético Grau, do Peru. Foto: YouTube/Canal do Alex Bagé
Foto: YouTube/Canal do Alex Bagé

Os bastidores e o risco político

Nos bastidores, a repercussão do vídeo de Bagé foi imediata. Conselheiros do clube começaram a repercutir a fala em grupos internos, e torcedores multiplicaram a hashtag #SalvaOMarques nas redes sociais. Apesar de ser apenas um desabafo pessoal, a fala expõe o nível de insatisfação do torcedor e coloca pressão sobre Guerra — que já enfrentava críticas por eliminações e contratações contestadas.

Marcelo Marques, por sua vez, preferiu não responder publicamente ao pedido. Ele foi visto acompanhando o jogo no Peru ao lado do empresário Celso Rigo, e confirmou que continuará à frente da organização logística do jogo de volta na Arena. Os bastidores indicam que ele segue tranquilo quanto à sua candidatura, já que Paulo Caleffi retirou oficialmente sua postulação no sábado, um dia após o anúncio da Arena.

Os próximos capítulos

O Grêmio volta a campo contra o Vasco, no sábado 19 às 17h30, com desfalques e pressão. Na quarta-feira seguinte, o reencontro com o Alianza Lima será decisivo: vitória por três gols ou mais, ou eliminação precoce na Sul-Americana. O jogo marcará o início oficial da gestão gremista na Arena, mas o clima dependerá diretamente do resultado — e do desempenho do elenco que Bagé classificou como “frágil e sem identidade”.

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