O torcedor colorado mais esquecido pode até não lembrar, mas, por decisão do então técnico da equipe Abel Braga, quem começou a temporada de 2006 como capitão do Inter foi Iarley. Abel gostava da forma como o atacante gesticulava e orientava os colegas durante os treinamentos, tendo feito a opção de dar a ele o “cargo” logo em janeiro no começo do Gauchão.
Mas, pouco tempo depois, a tarja já apertava o braço de Fernandão. Segundo relata Iarley, em nova entrevista dada à Rádio Gre-Nal, a iniciativa de “substituir” o dono da faixa partiu dele mesmo em conversa reservada com Abel:
“Quando eu cheguei no Internacional, Fernandão foi um dos caras que já chegou em mim. A gente criou uma afinidade. Foi de cara. Eu via ele com uma liderança tão forte que eu disse para o Abel entregar a faixa de capitão para ele. Ele transmitia isso para gente. Era nosso porta-voz. Nada mais justo”, declarou Iarley, que também falou de Enzo, filho do eterno ídolo:
“Ele tem todos os potenciais e todas as condições. O que a gente não pode é ficar rotulando ele como filho do Fernandão. Ele já conquistou suas coisas na base e é muito bom”, comentou.
Até hoje – e para sempre será assim -, Iarley é lembrado por sua atuação irrepreensível na final do Mundial de 2006 contra o Barcelona, quando deu a assistência para o gol de Adriano Gabiru e depois segurou a bola na linha de fundo, ganhando minutos preciosos:
“Poderia ser o time que fosse ali, ia perder para a gente. A força mental, técnica e tática que tivemos foi espetaculares. Mental e taticamente a gente estava preparado. Pato e Luiz Adriano eram dois guris espetaculares. Escutavam muito a gente”, encerrou.