Antes de abrir o placar de cabeça para o Grêmio na final da Copa do Brasil de 2001 contra o Corinthians, dentro do Morumbi, o zagueiro Marinho surpreendeu os dirigentes e até alguns colegas por ter escolhido uma chuteira branca para atuar. Na época, como ele mesmo reconhece, era raríssimo que um zagueiro utilizasse um cor que não fosse preta – tal situação surpreendeu Denis Abrahão, que era diretor gremista na ocasião e acompanhava o clube nas viagens.
Em entrevista concedida recentemente ao jornalista João Bosco Vaz, o ex-defensor tricolor ainda contou que o então atacante Cláudio Pitbull, novato na ocasião, o encorajou a ousar e utilizar a chuteira branca para a surpresa de muitos:
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“Uma noite antes do jogo o Márcio, que trabalhava com o Luxemburgo, não sei se trabalha ainda, chegou no hotel com umas chuteiras da Kelme. Eu pegava na parceria, não tinha contrato. Me dava e eu usava. Ele abriu o carro e falou pra eu pegar a que eu quisesse. Eu vi uma branca com um K azul. Perguntei de quem era, mas não era de ninguém. E era o meu número. Coloquei e falei que iria levar. Se ficasse boa eu usaria. E ele me disse: ‘Marinho, você é louco’. Porque, na época, tinha esse negócio de que zagueiro não usava chuteira de outra cor a não ser preta”, lembrou Marinho, antes de ampliar:
“Subi pro quarto e o Cláudio Pitbull viu a chuteira, gostou e disse que eu tinha que usar. Aí no vestiário coloquei ela para aquecer. Lembro que estava o Denis Abrahão e o presidente, o Guerreiro, no vestiário. O Pitbull chegou em mim e falou: ‘Não usa agora no aquecimento não, usa só pro jogo’. Gostei da ideia dele”.
No final das contas, o Grêmio, que tinha empatado a ida em 2×2 com o Corinthians no Olímpico, ficou com o título por ter vencido a volta por 3×1. Os outros gols foram marcados pelo meia Zinho e pelo atacante Marcelinho Paraíba.
“Quando eu tirei a chuteira branca, o Denis me disse: ‘Bah, Marinho, pensei que tu ia usar essa branca’. E eu disse que usaria ela sim, só iria aquecer com a outra. Ele voltou e falou alguma coisa com o presidente que eu não sei o que era. Ele deve ter pensado: ‘Ele vai usar chuteira branca logo agora na final?’. Aí fiz o gol, acabou o jogo, eu amarrei a chuteira uma na outra e amarrei no pescoço para comemorar”, finalizou Marinho.
Carreira de Marinho
No Grêmio, o zagueiro atuou entre as temporadas de 2000 e 2001, vencendo os títulos do Gauchão e desta da Copa do Brasil de 2001. No Brasil, também atuou em clubes como Ponte Preta, Corinthians, Athletico, entre outros.
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