Pela primeira vez de forma mais veemente, a torcida do Inter vaiou o técnico Mano Menezes no Beira-Rio e deixou evidente a sua frustração com o desempenho atual do time. O fato ocorreu antes, durante e depois da vitória desta terça-feira, de virada, por 2×1, diante do CSA – o jogo foi válido pela ida da terceira fase da Copa do Brasil, na estreia colorada na competição.
Perguntado sobre as vaias em coletiva, Mano respeitou a postura do torcedor, mas lembrou da importância de que o público possa estar ao lado do time neste momento. E lembrou a rotatividade de treinadores que o Inter teve, sem títulos, nas últimas temporadas:
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“Eu até acho que não foi a primeira vez. Talvez com a intensidade, sim. Não vai ser a última. Quem ocupa esse cargo sabe que isso acontece. Como dizia o Parreira, quando você faz bem feito todos os méritos são compartilhados. Tenho ouvido até certas campanhas para outros nomes de treinador. Isso vai passando para o torcedor. E com mais velocidade que antes. Eu faço parte disso e entendo isso. O que me incomoda é que a equipe não está conseguindo entregar o que pode para evitar essa reação. Mas não tenho nada contra a reação do torcedor, embora ache que ele poderia ser mais racional”, disse, antes de acrescentar:
“Nos últimos anos, vieram vários treinadores de diferentes perfis que não conseguiram dar as conquistas que a torcida espera. Talvez esteja na hora de abraçar mais a gente. Porque estamos precisando dele. Se muda o treinador, algo que no Brasil é solução mágica, você perde um ano de trabalho. Começa tudo de novo. Já passei por muita coisa no futebol e sempre que o torcedor esteve do lado do time as chances de ganhar aumentam”.
Mano cutuca Coudet
Mesmo questionado sobre jogadores de maneira individual, Mano evitou publicamente criticar atletas ou apontar a falta de reforços de qualidade, como reclama constantemente a torcida. Neste sentido, ironizou o ex-colorado Eduardo Coudet, que, na última semana, esbravejou contra a direção e investidores do Atlético-MG por falta de contratações:
“A gente nunca vai chegar aqui e falar mal do nosso grupo. Não tem sentido. É uma burrice sem tamanho. Semana passada vi um treinador, até famoso na praça, fazer críticas ao seu grupo. E até estão discutindo se fica ou se não fica. Esse é um grande pecado que um técnico pode fazer”.
CSA e Inter voltam a se reencontram no próximo dia 27, uma quinta-feira, às 20h, em Alagoas. O colorado joga por outra vitória ou um empate, enquanto uma vitória por um gol dos alagoanos forçará a disputa por penalidades máximas.
Próximas partidas do Inter de Alan Patrick
15/04: Fortaleza fora – Brasileirão – 18h30
18/04: Metropolitanos em casa – Libertadores – 19h
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