Considerado o “homem do cofre” do ex-presidente gremista Fábio Koff, o ex-zagueiro e hoje dirigente do São Paulo, Diego Lugano, voltou a dar detalhes da negociação que abriu com o Grêmio para atuar no clube no final de 2012. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul.
Ao uruguaio, causou surpresa que uma pesquisa interna feita pelo Grêmio colocava ele aprovado por 85% da opinião de torcedores tricolores. Rui Costa, executivo de futebol gremista na ocasião, comandou as conversas:
“Teve um jogo eliminatório em Montevidéu, contra o Equador. Um dia antes ou dois, chegou a delegação do Grêmio para fazer uma proposta, que era muito boa. Mas, principalmente, o que me chamou, que me balançou, foi que o Rui Costa, que era diretor esportivo naquela época, estava implantando uma nova etapa, um novo estádio, nova direção, e eles queriam uma imagem forte, um líder. Eu disse para ele: “Mas eu não tenho nada a ver com o Grêmio, eu sou São Paulo, sou uruguaio, por que eu?”. Aí ele me contou que fizeram uma enquete com os torcedores, de quem deveria ser essa figura, e 85% falaram que teria que ser Lugano. Aquilo me surpreendeu, porque futebolisticamente eu não tinha nada a ver com o Grêmio”, declarou Lugano, que na época jogava no PSG.
O que pesou para o “não” ao Grêmio, segundo o uruguaio, foi ter dado a palavra que voltaria ao São Paulo quando decidisse retornar ao Brasil:
“Naquele momento, eu fiquei muito surpreso, muito grato e só não tomei a decisão de vir, por causa do São Paulo, porque eu fiz a promessa para a torcida de que se voltasse para a América do Sul seria para o São Paulo. Bom, como bom uruguaio, tenho mil defeitos, mas tenho palavra”, encerrou.
No futebol brasileiro, Lugano só atuou no São Paulo, clube pelo qual venceu a Libertadores e o Mundial de 2005, além do Brasileirão de 2006, e voltou para encerrar a carreira em 2017.