
Em entrevista concedida ao jornalista Filipe Gamba, ao lado de Guerrinha e Cláudio Duarte no programa “De Carona”, no YouTube do comunicador, o técnico Lisca relembrou 2016 e afirmou que aceitou tentar salvar o Inter sem saber do que acontecia no clube, com casos graves de corrupção interna descobertos posteriormente pelo poder público. O presidente da época, Vitorio Piffero, bem como dirigentes, foram condenados e expulsos do quadro social.
“Não tem como falar isso, é difícil. Mas acho que não, não salvaria. Da maneira que estava… hoje vendo tudo que passou, acho que não. Falo do clube como um todo. Quando eu fui, não sabia de nada. O clima estava difícil, teve o acidente da Chapecoense e os jogadores se manifestaram dizendo que não queriam jogar. Eu cheguei no CT, eles estavam reunidos e me chamaram. Me conunicaram dizendo que não queriam jogar. Eu disse que isso não existiria. ‘Pelo amor de Deus’. Botei a direção para falar com eles, aí teve entrevista, queriam parar o campeonato, estava tudo muito confuso. Era para o Inter cair”, lembrou Lisca.
Mesmo tendo toda uma trajetória no Inter em outras categorias, Lisca entende que a queda foi “positiva” para que todos os atos irregulares praticados pela direção pudessem ser descobertos:
“Hoje dá para falar que até foi positivo. Porque se mexeu e se descobriu muita coisa. Se tivesse ficado, talvez muita coisa tivesse permanecido. É ruim falar isso, mas aconteceu o que tinha que acontecer. Para a instituição, tem vezes que é bom bater no fundo e voltar”, disse, para depois finalizar:
“Eu cheguei para tentar alguma coisa diferente. Mas já perdemos para o Corinthians de casa e depois já não daria mais. Perdemos para o Corinthians em um pênalti inexistente do Ernando. E eu ainda pensei na beira de campo: ‘O Inter está muito fragilizado mesmo para darem um pênalti assim nessa situação’. E o clube não conseguia nem reclamar. Estava fadado a cair”.