O Juventude publicou uma longa nota oficial durante esta quinta-feira logo após tomar conhecimento do áudio do VAR do polêmico lance de sábado, contra o Grêmio, no Estádio Alfredo Jaconi, pela volta da semifinal do Gauchão. O clube de Caxias do Sul segue se sentindo prejudicado pela não marcação de falta de Gustavo Martins, autor do gol de bicicleta, em Mandaca, nos acréscimos do segundo tempo.
“Para mim o gol está confirmado. Daronco, estamos checando. O gol para nós é legal. Eu sugiro que você venha ver para validar por ser o último lance. O jogador que vai de encontro ao defensor, mas não há contato com ele. Gol legal. Não tem contato”, diz Caio Max, responsável pelo VAR no jogo, segundo divulgação do áudio.
O GOL FOI LEGAL? Na tarde desta quinta-feira, a FGF divulgou o áudio do VAR no polêmico gol de bicicleta de Gustavo Martins, do Grêmio, contra o Juventude. Achou o gol legal? Comenta aí!
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— Esporte Band RS (@EsporteBandRS) March 6, 2025
Em sua longa nota, que você confere na íntegra abaixo, o Juventude reforça que vários analistas de arbitragem concordaram que foi falta não marcada e ainda cita que, em 2024, na final na Arena, o VAR não analisou um possível pênalti do goleiro Caíque em Gilberto.
A nota oficial do Juventude sobre o VAR do jogo com o Grêmio:
Diante dos áudios publicados na tarde desta quinta-feira (06/03) pela CEAF da FGF, referentes ao VAR da partida entre Juventude e Grêmio, válida pelo segundo jogo da semifinal do Campeonato Gaúcho, o Esporte Clube Juventude vem a público manifestar sua total contrariedade e indignação com os critérios de avaliação do árbitro Anderson Daronco, bem como com os profissionais responsáveis pelo VAR, especialmente na figura do Sr. Caio Max Augusto Vieira.
O ponto crucial de contestação – dentre tantos que podem ser apontados – está na interpretação destes dois árbitros quanto ao lance de gol do Grêmio, aos 51 minutos do segundo tempo quando, notoriamente, o atleta Gustavo Martins eleva seu pé em ação de finalização e divide jogada com o atleta Mandaca, que por sua vez ataca a bola com a cabeça. Há, portanto, uma dividida em contato intenso e inquestionável, que pode ser apurada em todos os ângulos utilizados – ou não – pelo VAR.
No entanto, há manifesta confusão na tomada de decisão do VAR: ‘O gol, para nós aqui, é legal. O jogador atinge, mas eu sugiro que você venha para validar, já que é o último lance’. Daronco, então, responde. ‘Não é o momento. Ou é gol ou não é gol’. O VAR, então, dá sequência, dizendo: ‘olha, pra mim o gol é legal, tá. O jogador que vai de encontro ao defensor, não há contato com ele. Não tem contato, Daronco’.
O Esporte Clube Juventude entende que é imperativo identificar em todos os ângulos da jogada, um contato. Inclusive, uma análise minimamente atenta permite observar o rosto do atleta Mandaca apresentando a propagação do impacto causado pela perna do adversário. Não há absolutamente nada que possa, neste lance, sugerir que não houve contato, como apontado pelo VAR e confirmado por Daronco
Tal irregularidade foi constatada por inúmeros analistas de arbitragem, que identificaram, no mínimo, “lance perigoso”. A própria IFAB (International Football Association Board), entidade responsável pelas regras do futebol, entende – conforme trecho abaixo – que bicicletas são permitidas, desde que não ofereçam nenhum tipo de risco para o adversário. Se há contato, há mais do que risco. Há uma ação faltosa.
“Faltas e incorreções: Jogar de maneira perigosa entende-se toda a ação de um jogador que, ao tentar jogar a bola, põe em risco a integridade física de alguém (incluindo ele próprio). O jogo perigoso é cometido na proximidade de um adversário, impedindo-o de jogar a bola por receio de ser lesionado. Os pontapés de “tesoura” ou de “bicicleta” são autorizados, desde que não constituam perigo para o adversário”.
Diante do exposto, o Esporte Clube Juventude entende que, pelo segundo ano consecutivo, foi prejudicado pela arbitragem no Campeonato Gaúcho. Em 2024, na final, diante do próprio Grêmio, na Arena, houve um lance claro de pênalti sobre o atleta Gilberto, em dividida com o goleiro. Na ocasião, o VAR nem ao menos analisou o lance que, após o jogo, ganhou espaço nos debates e, também, foi identificado como pênalti por analistas de arbitragem.
Por fim, entendemos que o Campeonato Gaúcho, pela representatividade que tem no cenário nacional, precisa de uma arbitragem mais segura e menos suscetível à condicionamentos, algo que ocorreu ao longo de todo o campeonato e se acentuou gravemente na semana que antecedeu a partida em questão.