CONVOCOU O TORCEDOR
O Beira-Rio volta ao centro das atenções com clima de tudo ou nada para o Inter na luta para permanecer na Série A do Campeonato Brasileiro. Em meio a campanhas de ingressos populares e apelos do clube para lotar as arquibancadas, a discussão sobre o papel da torcida tomou conta das redes sociais e dos programas esportivos.
Nos últimos meses, a direção colorada vem tentando recuperar o antigo “caldeirão” com ações específicas para encher o estádio, após jogos com queda de público e questionamentos sobre a perda de força em casa. A estratégia inclui ingressos promocionais e mobilização nos canais oficiais, com o discurso de que a arquibancada pode ser decisiva nesta reta final.
Dentro desse contexto, o jornalista Glauco Pasa, histórico repórter de TV e agora assumido torcedor do Inter, fez um forte apelo à torcida colorada durante participação no programa “Intervenção”, no canal de Alexandre Ernst no YouTube, na noite desta sexta-feira, quando foi revelado como colorado pelo próprio comunicador. Ele lembrou o clima vivido em Yokohama, no título mundial de 2006, para pedir que o Beira-Rio recrie aquela atmosfera em um jogo que define a temporada.
Segundo Glauco, o fator arquibancada segue sendo uma das maiores armas do Inter. Ao relembrar experiências de transmissão ao lado de Galvão Bueno e a pressão exercida pelos colorados mesmo a milhares de quilômetros de Porto Alegre, o jornalista reforçou que a sinergia entre time e torcida ainda pode mudar rumos dentro do campo.
“A torcida, claro, que faz a diferença, cara. E isso faz parte daquele contexto de que ninguém gosta de jogar no Beira-Rio. Quer dizer, são duas coisas. Todo mundo gosta de jogar no Beira-Rio por causa do gramado. Isso aí, o lugar que eu fui até hoje é só elogiar o gramado do Beira-Rio. Agora, é um clima que o adversário não gosta de sentir. Por quê? Porque o torcedor fica ali incentivando, vira aquele caldeirão, aquele negócio todo. Eu lembro do jogo lá em Yokohama. usando o fone na transmissão e tinha tanto torcedor do Inter, sei lá quantos mil quilômetros de distância de Porto Alegre estava aquele torcedor, mas ele entrava de forma… Tão alta no áudio do retorno do Galvão, que eu não conseguia ouvir muito porque os caras gritavam o tempo inteiro. Então vamos fazer o Yokohama dentro do Beira Rio de novo. Vamos fazer, porque é uma decisão, claro, que não dá o título mundial, mas dá um ano, dá uma temporada inteira. É um jogo para definir uma temporada. Ah, poderia ter sido invitado lá atrás? Vamos discutir isso aí depois? Porque agora é momento de SOS”, disse Glauco Pasa.
+ CCD diz que Inter não cai, frustra torcida do Grêmio e ganha abraço de Vaguinha
Inter, torcida e o desafio de recriar o clima de 2006 no Beira-Rio
A lembrança de Yokohama não é por acaso. Foi no Japão, em 2006, que o Inter venceu o Barcelona por 1×0 e conquistou o título mundial, em uma invasão histórica de torcedores que cruzaram o planeta para empurrar o time. Desde então, o episódio virou referência afetiva para o clube e para quem viveu aquele momento nas arquibancadas e nas transmissões.
Anos depois, o desafio é tentar trazer esse espírito para dentro de casa em um jogo de sobrevivência no Brasileirão. O próprio Inter, em seus canais oficiais, tem convocado o torcedor para “transformar o Beira-Rio em um caldeirão” e fazer da arquibancada um diferencial em um momento de enorme pressão esportiva e política.
Ao falar em “fazer o Yokohama dentro do Beira-Rio”, Glauco sintetiza o sentimento de boa parte da torcida: a ideia de que o estádio precisa voltar a ser temido, com mosaicos, cantos ininterruptos e aquele ambiente que já ajudou o Colorado a virar jogos e erguer taças em outros anos. Para o jornalista, a discussão sobre erros da temporada pode ficar para depois; agora, o foco é apoio total.
+ Pedro Ernesto sugere missão inicial de Pelaipe no Grêmio: “Nisso ele é mestre”
Se a bola vai corresponder, ainda é uma incógnita. Mas o recado está dado: para Glauco Pasa e para milhares de colorados, o próximo jogo no Beira-Rio vale mais do que três pontos. É uma espécie de prova de fogo para time, direção e arquibancada, com a missão de resgatar o protagonismo de um estádio que já foi sinônimo de pressão para qualquer adversário.
