Jogador “macho”, Thaciano diz que nunca pensou em sair do Grêmio e minimiza críticas: “Não dou muita bola”

Reportagem do Zona Mista publica entrevista exclusiva com o meia do Grêmio, Thaciano

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Em uma de suas mais contundentes entrevistas coletivas desde que virou vice de futebol do Grêmio, Paulo Luz ergueu o tom de voz após empate com o Sport para sair em defesa do “jogador macho” Thaciano, alvo constante de críticas de parte da torcida e da imprensa gaúcha. O elogio do dirigente foi um dos temas abordados pela reportagem do Zona Mista com o meia, que garantiu que nunca pensou em deixar o clube, projetou a briga no Brasileirão e ainda falou do sonho de ser campeão da Copa do Brasil.

Zona Mista: Com o Brasileirão chegando na reta final, você ainda vê o Grêmio com reais chances de título? Como você reage às críticas de que o Grêmio “largou” o campeonato?

Thaciano: O Grêmio tem grandes possibilidades de brigar e conseguir esse título do Campeonato Brasileiro, pois nas últimas rodadas os líderes não conseguiram disparar como nas últimas edições. Posso afirmar que o Grêmio nunca largou e nunca deixou de lado a disputa pelo título do Brasileirão. Concordo que sempre fomos fortes em competições de mata-mata, mas nunca deixamos de dar o nosso melhor e lutar pelo título do Brasileiro.

ZM: Dentro da campanha, o Grêmio é o time com menos derrotas na Série A, mas é o que mais empatou. Há uma explicação para o alto número de empates?

T: Sofremos poucas derrotas no ano, nove em 61 partidas, principalmente no Campeonato Brasileiro. Acredito que essa série de empates se dê pelo alto rendimento e pelo alto nível da competição. Claro que nosso objetivo é sempre vencer, gostaríamos muito desses pontos que deixamos para atrás, mas isso se dá pelas equipes fortes da competição e que aumentam a disputa.

ZM: O que pesou na sua decisão de ficar no Grêmio mesmo tendo recebido propostas de outros clubes e sido alvo de interesse de times como Santos, Athletico e Cruzeiro?

T: Nunca passou pela minha cabeça deixar o Grêmio, e a minha decisão sempre foi de permanecer aqui no clube. Desde o dia em que cheguei no tricolor, em 2018, meu objetivo foi sempre mostrar e dar o meu melhor dentro de campo. Fico feliz pelo respaldo que recebi da diretoria, pelas propostas que recebi também, pois são frutos de um trabalho que venho desenvolvendo desde minha chegada a Porto Alegre.

ZM: Você sempre parece um jogador calmo e seguro principalmente quando recebe críticas. Aquela comemoração de gol contra o Juventude, na Copa do Brasil, com as mãos nos ouvidos, foi uma espécie de desabafo?

T: Não, não teve questão de desabafo. As críticas fazem parte do nosso dia a dia e quando são construtivas nos ajudam muito. Não dou muita bola para o que falam, me cerco de pessoas boas e tenho as certas ao meu redor. E elas sabem o momento de me elogiar, de me dar um puxão de orelha. Hoje a gente vive em um mundo onde as pessoas entendem de tudo, então se você for dar ouvidos para as pessoas que não te conhecem, não acompanham o seu trabalho, você pode se atrapalhar. Mas não foi em forma de desabafo, foi mais para mim, para a minha família e as pessoas que vivem comigo esse trabalho diário.

ZM: Como você recebeu a forte fala do vice de futebol do Grêmio, Paulo Luz, na coletiva após o jogo contra o Sport, dizendo que “o Thaciano é um jogador macho, que entra em campo e ajuda a decidir”?

T: Confesso que não acompanhei muito o assunto, mas depois meu pai me ligou e comentou sobre. Não sou de acompanhar muito as coisas que saem na internet, mas fiquei muito feliz por essa confiança dele e do apoio que recebo de todos aqui no Grêmio. A gente está sempre trabalhando, dando nosso melhor e nos dedicamos para buscar os objetivos. Então eu agradeço a Deus pelo grupo qualificado que a gente tem, pelas pessoas que nos ajudam e acompanham nosso trabalho de perto e agora é continuar fazendo isso que coisas boas vão vir.

ZM: O quanto o técnico Renato Portaluppi tem sido importante na sua passagem pelo Grêmio e o que mais te chama a atenção no convívio do dia a dia com ele?

T: Ele é um cara diferente. O Renato sabe a hora de te dar moral, de te puxar a orelha e de fazer as cobranças. Sabemos que ele tem uma grande história, com muitos títulos, experiências e a gente tenta tirar o melhor dele para aprender. Ele tem me ajudado muito desde minha chegada, ele é muito diferenciado. Toda a semana, a cada temporada a gente vai aprendendo coisas novas e estou muito feliz e tenho uma enorme gratidão a ele por estar aqui no Grêmio.

ZM: Para encerrar: como está a expectativa do elenco do Grêmio para a final da Copa do Brasil e o que você vê como ponto forte do Palmeiras?

T: A expectativa é boa. A gente espera fazer um grande jogo, sabemos da qualidade do time do Palmeiras, do seu elenco. Mas também temos a nossa qualidade, o nosso grande elenco e a união desse grupo. Esperamos fazer uma grande final e quem sabe, se Deus quiser, coroar essa nossa temporada com mais um troféu no armário.