O Internacional divulgou uma nota oficial expressando sua indignação com as decisões tomadas pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD/RS) em relação ao adiamento do julgamento que envolve dirigentes de Inter e Grêmio, além do treinador e de um jogador do rival.
A audiência, marcada inicialmente para terça-feira (11/03) às 17h, foi adiada, o que gerou descontentamento no clube colorado. O Inter destacou a gravidade dos fatos em questão, que envolvem ameaça, ofensas, constrangimento, coação contra membros da arbitragem e agressão física.
O clube criticou a presença de conselheiros de clubes nos tribunais desportivos, apontando que esses auditores devem se abster de atuar em processos que envolvam seus respectivos clubes, conforme recomendado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Em resposta, o Internacional decidiu que, enquanto o TJD/RS for composto por conselheiros atuantes politicamente nos clubes, o clube não comparecerá presencialmente nas sessões de julgamento. A defesa será realizada de forma escrita, retornando à forma presencial quando os processos forem enviados ao STJD.
Os pedidos de impedimento e suspeição dos membros do TJD serão apresentados e tornados públicos, conforme o Inter. O clube enfatizou que a manifestação não tem a intenção de imputar má-fé ou desonestidade aos auditores ou procuradores, mas visa preservar a imparcialidade técnica necessária para julgar as infrações disciplinares.
Por fim, o Internacional reafirmou seu compromisso com julgamentos técnicos e imparciais, e a necessidade de contínuo aperfeiçoamento da estrutura do TJD/RS.
A nota oficial divulgada pelo Inter
“O Sport Club Internacional manifesta sua indignação diante das decisões tomadas pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD/RS) em relação ao adiamento do julgamento que seria realizado às 17h de terça-feira (11/03), envolvendo dirigentes de Inter e Grêmio, além do treinador e de um jogador do rival.
Os fatos são graves, de relevância e mereceriam ser apreciados antes do final do Campeonato Gaúcho, pois tratam de ameaça, ofensas, constrangimento, coação contra membros da arbitragem e agressão física.
O Clube não ignora que o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) permite que Conselheiros de clubes sejam auditores nos tribunais desportivos, sendo, igualmente lógico, que os julgadores identificados não atuem em processos em que seus clubes tenham interesse. Há, inclusive, recomendação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesse sentido e que é de conhecimento do TJD/RS.
Nesta linha, o SC Internacional informa que, a partir desta data e enquanto o TJD/RS for constituído por conselheiros atuantes politicamente nos clubes que disputam o certame e que conjuntamente desempenhem suas funções junto à Corte, nossa Instituição não atuará presencialmente nas sessões de julgamento dos processos em que estes auditores (conselheiros) estejam designados até que o impedimento ou suspeição seja declarada. Nestes julgamentos, nossa defesa será realizada de forma escrita, voltando a realizar-se de forma presencial tão logo os processos sejam enviados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva pela via recursal.
Tão logo os pedidos de impedimento e suspeição dos membros do TJD sejam apresentados na esfera processual, os mesmos serão tornados públicos emprestando transparência e publicidade a estes atos. Os pedidos de impedimento e/ou suspeição serão renovados sempre que houver atuação de auditores e/ou procuradores nas mesmas condições em processos futuros.
Esta manifestação não tem como intenção imputar má-fé e/ou desonestidade a auditores ou procuradores, mas, justamente, preservar aquilo que é mais caro à Justiça, que vem a ser a necessária imparcialidade técnica para processar e julgar estas infrações disciplinares.
O Clube reitera seu posicionamento de que os julgamentos sejam estritamente técnicos e imparciais, reforçando seu compromisso para que a estrutura do TJD/RS seja continuamente aperfeiçoada”.