Grohe, Real Madrid, críticas exageradas, estudar na Europa… Renato faz “retrospectiva” dos seus quatro anos de Grêmio

Técnico gremista concedeu uma longa entrevista ao jornalista Duda Garbi, do Grupo RBS

Desde setembro de 2016 comandando o Grêmio, Renato Portaluppi é o técnico mais longevo entre os grandes do futebol brasileiro e acumulou diversas histórias e fatos marcantes neste período. A maioria deles está relatada na entrevista publicada nesta semana ao jornalista Duda Garbi, do Grupo RBS, da qual reproduzimos as principais aspas abaixo.

Melhor time é o de 2016 ou 2017?

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“Em 2016, eu cheguei em setembro e até dezembro você tem quatro meses. E tudo no sufoco. De repente, em 2017 eu tive mais tempo para trabalhar. Mas sem dúvidas o Grêmio ficou dois anos jogando o melhor futebol do Brasil. Mudamos pouco nesses dois anos, e as peças sabiam como funcionar”

Lembrança de Zidane na final do Mundial

“Até então o jogo estava parelho. Tomamos um gol numa falha nossa da barreira. Quando estava 0x0, e eu brinco com os jogadores até hoje, eu olhei pro Zidane, e ele ficava olhando pro banco de reservas e coçando a cabeça, com uma seleção no elenco e outra no banco. Se ele estivesse no meu lugar, todo desfalcado, dava um tiro na cabeça”

Dava para fazer frente ao Real Madrid?

“Não dava para fazer muita coisa. Nós enfrentamos o time que na época era o melhor do mundo, o Real Madrid. O problema não era só o Real Madrid, mas tinha ainda os desfalques nossos. Já seria difícil com todos os jogadores, mas fomos para lá com vários desfalques. Por exemplo, o Maicon e o Arthur não jogaram. Claro que o Michel e o Jailson nos ajudaram muito, mas eram jogadores de marcação e o Grêmio não tinha com eles aquela mesma saída. O Cícero não foi inscrito. Nosso time perto deles tinha uma diferença grande e sem cinco ou seis jogadores importantes, como que vai fazer frente? Se a gente vai com time completo, dava para fazer frente. O Real Madrid era mais time, mas nós estávamos muito bem”

defesa de Marcelo Grohe

“Lembro que chamei o Marcelo e falei que era com ele, que ele era ídolo da torcida e que daria essa classificação para nós (contra o Athletico nas oitavas da Copa do Brasil de 2016). Ainda bem que o Marcelo fez uma grande defesa. Ele (Weverton) bateu bem, só que o Marcelo fez uma grande defesa. Aquele lance muda a história”

Momento chave da Libertadores de 2017

“A semifinal contra o Barcelona. Chegamos e o estádio estava lotado, a torcida muito fanática. Nós ganhando por 3 a 0 e eles estavam cantando, parecia que eles estavam ganhando. Depois daquela defesa do Marcelo, que isso, falei que aquele título seria nosso”

Estudar na Europa

“Tem muita gente que fala besteira, que diz que foi à Europa estudar. Ficou uma semana lá. Você consegue fazer um curso de medicina em uma semana, voltar e operar alguém? A imprensa diz que o treinador foi pra Europa estudar. Mas o que ele aprendeu em uma semana? Gostaria que um dia algum jornalista perguntasse. Não tenho nada contra, mas não acho certo copiar tudo que vem da Europa. Tem que copiar o que dá certo”

Críticas exageradas em 2020

“Existe uma coisa aqui no Sul que eu não gosto que são críticas exageradas. O meu time não estava jogando bem e tinha que melhorar mesmo. Mas as críticas foram um pouco pesada demais. Fiquei um pouco sentido e o meu grupo também, porque parecia que não tínhamos vencido nada nos últimos quatro anos. E nós ganhamos tudo. Aí começavam a comparar que o Internacional estava melhor. Eu não tenho nada a ver com o Internacional, mas quem ganhou tudo nos quatro anos? Sem falar nos Gre-Nais. Meu grupo ficou chateado, mas eu falei pra eles que iria assumir e seguir defendendo eles. Levaram essas críticas tirando o contexto de todos esses anos”

Ser jogador ou treinador?

“Hoje em dia dependo do time. Por mais que treine, que ensine, que eu fale, dependo deles. Eles cumprem o papel, mas eu queria estar lá dentro. Uma coisa estar lá dentro e outra coisa é ajudar de fora, sem fazer nada lá dentro. O sofrimento é muito maior”

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