Na torcida pelo Grêmio, Domingos diz que se acertou com Diego Souza e relembra expulsão nos Aflitos: “Quebrei tudo”

Reportagem do site Zona Mista publica entrevista com o ex-zagueiro do Grêmio, Domingos

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Presente na lendária Batalha dos Aflitos de 2005 – e um dos quatro gremistas expulsos pelo árbitro Djalma Beltrami -, o ex-zagueiro Domingos está na torcida pelo acesso do Grêmio já neste domingo, 16h, no mesmo palco e contra o mesmo adversário de 17 anos atrás. Em entrevista exclusiva ao Zona Mista dada nesta semana, o antigo defensor ainda disse ter feito as pazes com Diego Souza, com quem teve uma famosa briga em Palmeiras x Santos pela semi do Paulistão de 2009.

Zona Mista: Neste domingo, Náutico x Grêmio voltam a se enfrentar no Recife e uma vitória pode fazer o tricolor subir, igual aconteceu na sua época, em 2005. Diante disso, o que te vem à memória quando te perguntam da Batalha dos Aflitos?

Domingos: Vai ser um jogo importante. Mais um duelo contra o Náutico nos Aflitos. Em 2005, tive o prazer e o privilégio de participar daquela batalha. Eu acredito que o Grêmio vai jogar domingo e vai conseguir o acesso lá dentro mesmo. Vai se empenhar ao máximo para buscar o acesso lá. São épocas diferentes em relação a 2005, quando eu tive o privilégio de jogar com grandes jogadores. Hoje é mais fácil você conseguir o acesso do que na minha época. São atletas diferentes. Hoje, o Grêmio tem atletas de muita qualidade. Joguei contra e a favor do Diego Souza, joguei com o Lucas Leiva que retornou neste ano. E, com certeza, estou na torcida para que o Grêmio já conquiste o acesso. Depois tem mais dois jogos, mas espero que suba logo. Grêmio é um time que merece sempre estar na Série A.

ZM: É verdade que você, após ser expulso naquela confusão, chegou ao vestiário revoltado e chutando as portas? Quais os bastidores que você pode nos dizer daquele imenso tumulto?

D: Quando eu fui expulso… os advogados do Grêmio e o presidente já estavam dizendo que iriam entrar no tribunal. Tirei a bola da mão do juiz e chutei para torcida. Fui expulso. Logo em seguida, os advogados falaram que não daria para entrar na Justiça, que havia muito risco de perdermos lá. A melhor maneira era mesmo deixar bater o pênalti. Aí eu desci para o vestiário p… da vida. Pô, um jogo importante daquele jeito que era e estava sendo. O juiz da época, Djalma Beltrami, complicando demais pra nós. Tinha expulso o Escalona, Patrício, o Nunes. Uma bagunça. Eu fui expulso para tentar levar o jogo para os tribunais como os dirigentes, que entraram em campo, estavam falando. Só que mandaram bater. Desci indignado e realmente eu quebrei tudo (risos). Quebrei chuveiro, quebrei porta, quebrei tudo. E os caras tendo que me segurar. Tinha policial querendo entrar… mas graças a Deus conseguimos esse acesso e temos que agradecer por ter participado daquele momento. Depois, todos nós ficamos muito felizes com a recepção da torcida no Olímpico. E isso vai ser lembrado pra vida toda. Acredito que todas as gerações vão procurar saber dessa história.

ZM: O que o Grêmio e a torcida do Grêmio representaram na sua carreira? Você sente falta do Estádio Olímpico? E por que o Domingos não ficou mais tempo no Grêmio?

D: Falar do Grêmio e da torcida, do Olímpico… cara, fico muito feliz por ter jogado lá. De ter participado daquele elenco e de ter conhecido essa torcida maravilhosa. Cheguei com 19 anos. Tinha sido campeão brasileiro pelo Santos e cheguei com 19 anos no Grêmio. Consegui mais um título naquele ano de 2005. Eu pretendia ficar para a outra temporada em 2006, mas eu tinha contrato com o Santos e eles me pediram de novo. Foi opção do Santos, mas a minha vontade era ter ficado no Grêmio. Eu me identificava com o estilo de jogo, tinha acabado de ganhar a Série B, mas infelizmente o Santos pediu de volta. Mas eu, Domingos, vou ser sempre grato por ter jogado no clube, grato ao presidente da época e também aos torcedores gremistas.

ZM: Hoje o Grêmio tem como artilheiro e ídolo da torcida o Diego Souza, com quem você teve aquela briga conhecida em Palmeiras x Santos em 2009. Ficou tudo bem entre Domingos e Diego Souza?

D: Eu tive o privilégio de jogar com Diego Souza em seleções de base e também como adversário dele em várias equipes. Tivemos a confusão de 2009 na semi do Paulistão, mas já passou. Um desentendimento dentro de campo mesmo, de um clássico, normal. Hoje não temos problema nenhum. Eu estou na torcida para que ele possa fazer um gol contra o Náutico e possa colocar o Grêmio na primeira divisão. Tenho outros amigos no Grêmio também, como o  Lucas Leiva. Foi um desentendimento normal de um clássico, do tamanho da rivalidade entre Santos e Palmeiras, mas acredito que isso já ficou para trás. Eu tenho que torcer para o nosso Grêmio voltar à elite e torcer para os amigos, como o Diego e o Lucas. Torcer para darem o máximo e que o Grêmio volte logo a brigar por grandes títulos.

ZM: Retomando um tema que você, Domingos, tocou no início da conversa… você acha que é mais difícil jogar a Série B e subir pra primeira divisão hoje ou na sua época com o Grêmio?

D: Hoje é muito fácil subir. O Grêmio tem mais três partidas. Se não ganhar do Náutico, tem mais duas oportunidades depois. Acredito que possa subir já contra o Náutico. Tem um grande treinador também, que é o Renato Gaúcho. Eu estou na expectativa pelo acesso. Se for lá em Recife, melhor. Mas se for depois, em Porto Alegre, com o estádio lotado, vai ser maravilhoso. Aproveito para mandar um abraço grande do Domingos para toda a torcida tricolor.

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