Glaydson explica diferenças de Fossati para Roth, diz que chorou ao perder Mundial e lembra golaço pelo Inter

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Por vezes considerado o 12° jogador do Inter entre 2009 e 2011, o polivalente Glaydson tem muito a relembrar sobre o período no Beira-Rio. Do discurso emocionado antes da final da Libertadores ao golaço contra o Coritiba, passando pela frustração de ter sido cortado do Mundial de 2010, o ex-volante colorado é o personagem da nova entrevista exclusiva do Zona Mista.

Zona Mista: Quais as suas melhores lembranças do período no Inter? Dá pra dizer que foi o melhor momento da sua carreira?

Glaydson: Eu vivi sem dúvidas os melhores anos no futebol dentro deste grande clube. Tenho tantas boas lembranças que fica até muito difícil de enumerar. As conquistas que tivemos, os jogos emocionantes, os treinadores e suas respectivas comissões que tive o prazer de trabalhar, o carinho da torcida, os amigos que fiz, os gols que fiz com esta camisa, foram poucos, claro (risos), mas marcantes pra mim e minha família. Foi sem dúvida o meu melhor momento no futebol.

ZM: Para ganhar a Libertadores de 2010, a direção acabou fazendo uma troca no comando antes das semifinais. Você acha que o Inter seria campeão mesmo com o Jorge Fossati? O trabalho era muito diferente com Celso Roth?

G: O Fossati é muito bom treinador e muito boa pessoa também. E ele e sua comissão técnica vieram com uma metodologia diferente de trabalho e o grupo sentiu um pouco esta diferença. Tanto que estávamos avançando nas competições, mas oscilando muito durante os jogos. E assim a diretoria decidiu trocar e tivemos um tempo de treinamento com o Celso Roth, onde ele deu uma nova cara ao time, encaixou melhor as peças e o time cresceu muito com ele. Se continua o Jorge no comando, poderíamos ter ganho, sim, mas acredito que seria ainda mais difícil do que foi.

ZM: Na última semana, à Rádio Gaúcha, o ex-dirigente Fernando Carvalho relembrou um discurso emocionante que você fez lá no México, antes da final contra o Chivas. Mesmo você sendo um atleta reserva naquela hora, o que te motivou a pedir a palavra?

G: Eu sempre fui um cara de grupo e vibrava com as vitórias e sofria nas derrotas, mesmo sem ter entrado em campo. E aquela final da Libertadores era o auge para todos daquele grupo. Alguns já tinham vivido momentos como aquele, mas pra muitos era a primeira vez. E eu só falei aquilo que estava em meu coração durante todo aquele dia, não era ansiedade, era uma emoção muito grande e uma alegria imensa. E com certeza Deus me inspirou para poder tocar em cada pessoa que ouviu aquelas palavras. Do presidente aos jogadores foram todos tocados, tanto que está repercutindo 10 anos depois. E graças a Deus o nosso time jogou com excelência aquele dia. É até difícil escolher o melhor em campo.

ZM: Não ter ido ao Mundial de 2010 por lesão foi a maior frustração pelo Inter? Como você viu a derrota estando aqui do Brasil?

G: Foi sim a maior frustração. Toda criança sonha em ser jogador e jogar um Mundial. Comigo não era diferente. Fiquei muito triste e choramos muito eu e minha família. E sobre a derrota, bom, ninguém esperava. Jogo tenso, nervoso, que poderia ter sido totalmente diferente se tivéssemos feito o gol no começo da partida. Tivemos uma chance clara de gol e aquele bendito goleiro fez uma baita defesa. Méritos deles. Acredito que poderíamos até ter goleado naquela semifinal, mas não fizemos e deu no que deu. Muito triste aquele dia.

ZM: Gostaria que você lembrasse aquele gol contra o Coritiba, em 2011, fora de casa, pelo Brasileirão. Uma paulada do “meio da rua”. Foi o mais bonito da carreira?

G: Que golaço (risos). Jogar contra o Coritiba lá é sempre muito difícil e o jogo estava complicado. O D’Ale bateu uma falta na barreira e a bola sobrou na intermediária e veio em minha direção. Como eu era um dos últimos homens atrás, tinha que resolver logo o lance e graças a Deus acertei um belo chute sem chances para o goleiro. Fizemos um bom jogo aquela noite. Eu não fiz muitos gols, mas quando fazia eram muito bonitos. Foi assim por onde passei. Mas acho que contra o São Paulo, no Morumbi, pelo São Caetano, por ser uma semifinal de Paulistão, foi ainda mais bonito.

ZM: Para finalizar, um comentário sobre a torcida colorada. O que mais te chamou a atenção na torcida no seu tempo em Porto Alegre?

G: Mesmo eu sendo reserva, a torcida sempre me apoiou, me incentivou. É uma torcida extremamente apaixonada e apaixonante, só tenho carinho por cada torcedor colorado. A paixão que eles têm é incrível.