Convidado especial do programa Bem, Amigos!, do SporTV, nesta segunda-feira, o técnico Eduardo Coudet passou por vários assuntos vinculados ao Inter, tais como o futuro no clube, a discussão e as pazes com Dome Torrent no 2×2 com o Flamengo, as impressões sobre o futebol brasileiro e outros assuntos dos quais reproduzimos as principais aspas abaixo.
Desempenho contra o Flamengo, Rodrigo Caetano e futuro no Inter
“Creio que foi um partidaço. No calor do jogo, depois de ter tomado um gol no final, você sai com um sentimento ruim por ter escapado a vitória, mas depois se analisa diferente o empate. Como sempre digo que às vezes conseguimos jogar o que podemos, outras vezes jogamos o que queremos. Assim vamos indo jogo a jogo dentro de um esforço grande que estamos fazendo, principalmente os jogadores. Converso muito com Rodrigo Caetano, que foi quem me buscou na Argentina, e há um período eleitoral no clube do qual Rodrigo tem contrato até dezembro e depois ainda não sabe se vai continuar. Eu também tenho dúvidas se vou continuar, não sei o que vai pensar o próximo presidente. Então é dentro dessa situação que vamos tocando o dia a dia, sempre com a intenção de fazer tudo da melhor maneira”.
ATRITO COM DOMÈNEC TORRENT
“Não, não passou nada. Muitas vezes você está no calor do jogo e ocorrem situações distintas, mas ele é um excelente treinador e pessoa. Ele entendeu que eu estava pedindo para o meu time atrasar o jogo, mas não era isso. Pedi que colocassem a bola para fora. Procuramos o quarto árbitro e ninguém encontrou, estava atrás da goleira”.
PALAVRÃO AO FALAR DA RELAÇÃO TREINADOR/JOGADOR
“Quando o time se sente bem em campo e os resultados acontecem, [jogadores] dizem que ‘este treinador é uma boa ideia’. Mas quando se sente mal, o jogador vai dizer ‘este treinador é uma m****”. O Muricy está concordando comigo, vejam aí”.
RELAÇÃO COM D’ALESSANDRO
“É um amigo. Hoje me cabe tê-lo como jogador. Para minha vinda ao Inter, ele não teve grande responsabilidade. A direção do Inter veio falar comigo e não o consultaram. Depois, sim, falei com ele e disse que ele seria muito importante. Está em grande forma e obviamente que facilitou as coisas para mim no começo de trabalho, pelo líder que ele é no vestiário”.
POR QUE ESCOLHEU O INTER?
“Tivemos a sorte de ser campeão argentino e também de uma copa no último jogo com Racing. Eu já havia tomado uma decisão. Tive a sorte de escolher o Inter entre várias propostas e para mim existia a curiosidade de trabalhar no Brasil, de conhecer um país de matéria-prima importante para o futebol. Inter é um clube passional. Infelizmente, esta pandemia está nos tirando a chance de desfrutar de um Beira-Rio lotado. Gostei da proposta e não tive dúvidas”.
RECADO A BOSCHILIA, QUE ROMPEU OS LIGAMENTOS DO JOELHO
“Aproveito a oportunidade para mandar um abraço a Gabriel Boschilia, que hoje sofremos muito com sua situação. Outra lesão de ligamento cruzado. São coisas difíceis para nós. São coisas que nos colocam em situação mais difícil ainda. Vamos tentar fazer o melhor possível mesmo jogando três competições. Temos um plantel curto e os protagonistas são os jogadores, que estão fazendo um esforço enorme a cada jogo”.
DUAS RECLAMAÇÕES SOBRE O FUTEBOL BRASILEIRO
“Os times jogam cansados, é impossível pelo calendário, principalmente agora. Os jogadores não podem demonstrar todas as suas qualidades físicas, que é impressionante. A segunda é o campo de jogo. Não pode o Brasil ter campos ruins, principalmente pela qualidade dos seus atletas. São as duas coisas que eu trocaria no futebol brasileiro e nada mais”.
JEJUM EM GRE-NAIS E INVESTIMENTO INVIABILIZADO NO ELENCO
“Me incomoda (jejum de 11 Gre-Nais) e é algo que tenho na cabeça, mas também tenho 20 anos como jogador, mais cinco como treinador, e eu sei que é difícil acontecer uma sequência como essa em clássicos, de Gre-Nais sem ganhar. A cada Gre-Nal a responsabilidade é do Inter por ter essa sequência. Isso gera um papel importante na cabeça dos jogadores. É minha dívida pendente como treinador do clube. Eu vim aqui desde a primeira reunião dizendo que estaria aqui para brigar por títulos. Com Flamengo, Palmeiras, equipe já armadas. A ideia era armar uma equipe para competir. O clube estava disposto para investir em um grupo forte, mas isso não aconteceu pela situação que ocorreu (crise da pandemia do coronavírus)”.
ESTILO COUDET DE JOGAR
“Gosto das equipes físicas. Que quando não têm a bola, recuperem o mais rápido possível. Para ser assim, é preciso trabalhar a parte física de uma maneira forte. Se você jogar como treina, você precisa ter repetição. O corpo se adapta. Aqui no Brasil o mais difícil é chegar e jogar daqui a 10 dias. É difícil. Ninguém vai compreender em 10 dias que há um processo e já te cobram coisas diferentes. Tem que ter um pouco de sorte pelos resultados no início e depois fazer os jogadores se sentirem bem para apontar o caminho certo”.