Ex-lateral relembra “melhor 3-5-2 do Brasil” e se orgulha: “Todos queriam copiar o Grêmio”

Fábio Baiano recebe de Tinga, avança pela lateral direita e costura para o meio. Acha Zinho e recebe um passe em profundidade dentro da área. Olha pra dentro e encontra Marcelinho Paraíba livre, apenas com o trabalho de fazer o 3° gol. Assim terminou o título do Grêmio na Copa do Brasil de 2001 sobre o Corinthians, no Morumbi, assinando o “melhor 3-5-2 do futebol brasileiro”.

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Hoje no comando da seleção brasileira, Tite apostava em três defensores sem tornar o time defensivo, como lembra o lateral-esquerdo titular daquele elenco, Rubens Cardoso.

“Nós conseguimos montar um sistema que encaixou todas as peças. Na direita, o Anderson Lima que batia na bola como uma raridade. Cruzamento, faltas, lançamento. Porém, ele não tinha a velocidade que eu tinha na esquerda. A intensidade. Meu amigo, se falasse pra eu ir 30 vezes no fundo, eu ia as 30 com muita força. Existia um equilíbrio. De um lado, alguém mais técnico, que tratava bem a bola. Do outro, um cara mais de força. Aquele título ali me deu a possibilidade de me firmar no futebol brasileiro. Fui cotado para a seleção. Naquele sistema de 3-5-2, fizemos o melhor 3-5-2 do Brasil na época. Todo mundo queria espelhar o nosso sistema. Fui considerado um dos melhores alas nessa função.”, disse, antes de concluir:

Veja aqui a íntegra da entrevista com Rubens Cardoso

“Eu era o desafogo, chegava sempre junto com o Luís Mário na frente. Todo mundo falava. Se não me engano, tem dois gols que eu chego na área dando um estirão e o Luís Mário cruzando do outro lado. Eu saía de trás e acompanhava um cara da frente. Com chegada surpresa. Era tudo muito bem trabalhado ali”.

Naquela grande final, o Grêmio entrou em campo com: Danrlei; Marinho, Mauro Galvão (Alex Xavier), Roger; Anderson Lima (Itaquí), Anderson Polga, Tinga, Zinho, Rubens Cardoso; Luis Mário (Fábio Baiano) e Marcelinho Paraíba.

Trabalho de Tite no Grêmio há quase 20 anos encantou ex-lateral

Logo após vencer o Gauchão com o modesto Caxias em cima do próprio Grêmio em 2000, Tite mostrou que tinha potencial de alçar voos ainda maiores. E ganhou a chance no Olímpico logo no ano seguinte, chamando a atenção dos jogadores de forma positiva desde o princípio.

“Aquele time de 2001 foi um dos melhores que eu joguei. E o Tite, pra mim, foi um dos melhores treinadores. Como pessoa também. Ele mudou muito o conceito da forma como eu via os treinadores. Pra mim, existe um antes do Tite e depois do Tite. Vi que ele era o camarada que era o cara didático, o professor, que cobrava, que tinha um fator psicológico que eu nunca vi igual no futebol. Essa equipe jogou muito em função do Tite estar naquela gana, de estar no início da carreira e tinha essa condição de mexer no psicológico dos atletas. Ele levava o atleta ao limite. Era a diferença. Um time muito bem treinado e motivado, por isso o sucesso em 2001”, comentou Rubens.

O canhoto deixou o Grêmio no final de 2001 para defender o São Caetano, vice-campeão da Libertadores, no ano seguinte. Tite, por sua vez, continuou no tricolor até a metade de 2003.

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