Entre vários elogios, Tinga vê D’Alessandro incomodado no Inter: “Não é normal, relação não pode acabar fria”

Ex-volante colorado escreveu um longo texto sobre o amigo ao portal UOL Esporte

Em coluna escrita ao portal UOL Esporte, o ex-volante Paulo César Tinga colocou o antigo colega e amigo D’Alessandro entre os três maiores jogadores da história do Inter, fazendo companhia a Paulo Roberto Falcão e Fernandão. Juntos, Tinga e D’Ale atuaram no Beira-Rio entre os anos de 2010 e 2012.

“O D’Alessandro e o Inter têm um caso especial no futebol nacional. Nos meus 42 anos, nunca havia visto um estrangeiro se conectar tanto com um clube brasileiro. Ninguém conseguiu transmitir e vivenciar um clube brasileiro na pele como ele. É raro, ou quase impossível, vermos um gringo ficar mais de uma década em uma equipe em uma época em que o atleta é cobrado e passa por processos de fritura ano a ano. Por isso reforço que o D’Ale é o maior ídolo da década e está entre os três maiores jogadores da história do Colorado, no mesmo patamar de Fernandão e Paulo Roberto Falcão”, escreveu o ex-volante.

Mas, sobre o momento atual, Tinga entende que D’Alessandro está “incomodado” e que “não é normal” um anúncio de despedida do clube às vésperas de uma decisão contra o Boca Juniors pela Libertadores.

“Foi muito questionado se era o momento ideal ou não de ter anunciado a sua saída do Beira-Rio. Eu não gosto nem costumo abordar sobre o que foi acordado. Não sei como ele está sendo tratado dentro do clube e o que foi combinado com a diretoria. Mas para um jogador chegar a fazer este tipo de anúncio cerca de um mês antes do fim do contrato e às vésperas de um jogo importante, como nesta disputa com o Boca Juniors pela vaga nas quartas de final da Libertadores, não é normal”, completo Tinga, antes de concluir:

Leia aqui a íntegra do texto de Tinga

“Para chegar a essa decisão, com certeza há algo que o incomoda. Vivenciei situações como esta em minha carreira e sei que não é algo natural. Quando falta lealdade de alguma forma, uma parte da relação irá explanar de forma mais ríspida. Ele foi um ser humano e demonstrou os seus sentimentos como sempre fez. Mas não cabe nem a ninguém julgar (…) Toda esta dedicação merece, quando possível, um jogo de despedida com o Beira-Rio lotado, e não um adeus sem a presença da massa colorada em sua casa neste momento de pandemia. Esta história não pode ser selada de forma fria. É preciso ter uma despedida digna, e o futebol agradece”.

A história de D’Alessandro no Inter, iniciada em 2008, só vai até 31 de dezembro. Ele seguirá jogando profissionalmente, mas em outro clube a partir de 2021.

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