No último ato público como presidente do Internacional, Marcelo Medeiros concedeu coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira para passar a limpo a gestão de dois mandatos iniciada em 2017. Logo no início de janeiro, ele passará o bastão ao seu sucessor Alessandro Barcellos. Confira as principais aspas de Medeiros e o vídeo da entrevista:
Missão
“Algumas pessoas acreditam em destino, acaso ou sorte. Eu, pessoalmente, acredito em missão. E minha missão foi cumprida e será cumprida até amanhã (terça-feira). A missão de entregar um clube muito maior e em melhores condições do que recebi. Entregamos um Inter mais eficiente e profissional em todas suas áreas”
Como entrega o Inter
“O Inter que entregaremos é protagonista no Brasil e no continente. É competitivo em todos os campeonatos que disputa. Mais uma vez, se encaminha para uma classificação para a Libertadores e com chances de título no Brasileirão. Mas devo admitir que nos faltou a taça. O torcedor espera e merece essa taça. Essa missão, infelizmente, nós não concluímos. Mas a terra foi arada, as sementes cultivadas e, logo ali na frente, a colheita virá”
Ausência de títulos
“Só faltou o título. O difícil é chegar a uma decisão. Depois da campanha de 2018, que surpreendeu alguns (terceiro lugar no Brasileirão), nós entendíamos que a colheita seria realizada ali na frente e poderia se dar já em 2019. Chegamos a uma final de campeonato regional, perdemos nos pênaltis, e chegamos a uma final de Copa do Brasil. Se tivéssemos vencido aquela competição, o Inter teria coroado esta gestão que teve a coragem de assumir na segunda divisão e terminaríamos o ano com superávit. Mas a gente tem que ter a humildade de reconhecer que faltou o título”
Próxima gestão
“Vamos ter uma gestão com mandato de três anos. Deixem os caras trabalhar. Vão assumir com uma competição em andamento. Ninguém planejou o que está acontecendo, ninguém estudou para enfrentar um ano com esta complexidade. Então, vamos ter um pouco de paciência, de tolerância. Vamos deixar o Alessandro (Barcellos) trabalhar e torcer para que tenham sucesso. O sucesso deles vai fazer nossa felicidade”
Saída de Eduardo Coudet
“Tu contrata um treinador por dois anos e traz quatro auxiliares junto com ele. A pessoa se muda para Porto Alegre, vem de carro e aponta jogadores que ele gostaria de trazer, e esses jogadores vieram. Aí, duas semanas antes do jogo contra o Coritiba, em rede nacional, o Coudet encanta a todos pela simpatia, fala muito bem do clube e do nosso diretor-executivo. Duas semanas depois, diz que não tem mais cabeça para treinar o Inter. Tem certas coisas que não estão ao nosso alcance. Várias teorias surgiram sobre por que ele deixou o Inter e optou pelo Celta de Vigo. Acho que, para um argentino, trabalhar na Espanha é sempre uma alternativa para entrar no mercado europeu. Mas tudo que estava ao nosso alcance, fizemos”
Autoestima dos torcedores do Inter
“Recuperamos a autoestima do torcedor da rua, não do torcedor do Twitter, que é um espaço muito bélico. Em 2017, quando assumimos, existia essa falta de autoestima. Havia gente que queria ver o colorado na Série A em março, agosto, mas não era assim. Tínhamos que passar a Série B. Mas hoje essa autoestima foi resgatada e só não vê quem não quer”