Dirigente do Inter explica como demissões e cortes de gastos podem ajudar o time a ser competitivo em campo

Semana colorada está sendo marcada por uma série de demissões de funcionários

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Em profunda crise financeira, registrando em 2020 o maior déficit de sua história no valor aproximado de R$ 90 milhões, o Inter agiu de forma mais enérgica nesta semana demitindo cerca de 60 funcionários de diferentes áreas do clube. A medida visa gerar uma economia de até R$ 10 milhões ainda nesse ano.

De acordo com o CEO do clube, Giovane Zanardo, a medida é dura, “amarga”, mas necessária pensando no presente e no futuro do Inter. E ele vê as ações de reorganização financeira inclusive sendo essenciais para a competitividade em campo:

“Se o objetivo é ser competitivo desportivamente, temos que cumprir uma série de coisas, entre elas manter os salários em dia. É preciso que tenhamos no orçamento o grande capitão deste processo. Tenho que olhar o orçamento e saber que ele nos permite manter o clube competitivo”, declarou o dirigente à Rádio Gaúcha.

Em relação à folha salarial, as saídas recentes de nomes como D’Alessandro, Uendel, Leandro Fernández e outros geraram uma redução de R$ 2 milhões, segundo o executivo de futebol Paulo Bracks. Novas saídas ainda devem ocorrer, e o clube deseja urgentemente vender jogadores.

“Um dia difícil aqui no Inter. Não tínhamos intenção e interesse em fazer esse enxugamento drástico nos custos e despesas a ponto de comprometer empregos de colaboradores que de forma respeitosa e comprometida estiveram no Internacional. Não é algo simples e não fazemos com satisfação. No entanto, às vezes é preciso ser amargo na decisão para que a gente chegue aos objetivos”, acrescentou Zanardo.

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA OFICIAL DO INTER E, ABAIXO, UM RESUMO DA CRISE FINANCEIRA VIVIDA NO BEIRA-RIO:

Internacional anuncia nesta quarta-feira (7) o desligamento de funcionários de diferentes áreas do clube.

Já era previsto que o momento atípico que o mundo está vivendo, com a pandemia da COVID-19, causasse grandes impactos nas receitas e colocasse o Clube em uma nova realidade. O momento é de transição e de adaptação ao novo cenário.

Gostaríamos de agradecer a todos pela dedicação e respeito que sempre tiveram ao Colorado.

Com o orçamento de 2021, o Clube precisou criar um conjunto de ações, que já estão sendo executadas desde o começo da atual temporada. O objetivo é conseguir enfrentar o momento difícil de pandemia.

Dentre essas medidas estão: redução de contratos com parceiros, fornecedores e suprimentos; redução de investimentos e redução da folha de pagamentos e do quadro funcional, ajustando o Clube para a nova realidade.

A venda de atletas também será necessária em 2021 para viabilizar o pagamento de todas as despesas ordinárias.

É fundamental salientar que as ações partem da premissa de não prejudicar a performance esportiva do Internacional, uma vez que essa gestão tem como objetivo principal manter o clube como protagonista no cenário esportivo conjugado com o equilíbrio financeiro

PARA ENTENDER AS DIFICULDADES FINANCEIRAS DO INTER

– O clube registrou o maior déficit de sua história em 2020, cerca de R$ 90 milhões

– O planejamento orçamentário aprovado pelo Conselho Deliberativo prevê superávit de pouco mais de R$ 100 mil para 2021

– Para isso, o clube necessita vender jogadores. Mas diz que não tem nenhuma proposta oficial na mesa. Praxedes e Vinícius Tobias são os jogadores mais cobiçados no momento

– Nesta quarta, foram promovidas as demissões de cerca de 60 funcionários, entre eles Iarley e “Uh” Fabiano. Estas demissões devem gerar uma economia mensal de R$ 1,5 milhão

– Em relação aos jogadores que já saíram, casos de D’Alessandro, Musto, Fernández, Matheus Jussa, entre outros, a economia na folha salarial foi de cerca de R$ 2 milhões

– Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Alessandro Barcellos admitiu a necessidade de vender jogador para ajudar em contas básicas como luz e água