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Coudet se surpreende com cobrança extrema, fala de Renato e admite dívida em Gre-Nal: “Mirei o dia 23, quero ganhar”

Treinador argentino do Inter concedeu entrevista exclusiva à ESPN Brasil e avaliou os oito meses de trabalho

Uma vitória, o céu. Uma derrota, o inferno. A eterna gangorra do futebol brasileiro, que alterna quem está em cima a cada quarta e domingo, ainda está sendo melhor compreendida pelo treinador argentino do Inter, Eduardo Coudet. Com exclusividade à repórter Bibiana Bolson, da ESPN Brasil, o técnico concedeu entrevista nesta semana e classificou como “montanha-russa” a pressão sofrida de imprensa e de torcedores especialmente em Porto Alegre.

O cenário não incomoda, mas surpreende Chacho, que entendia que a Argentina era o “pior lugar para isso”.

“É uma montanha-russa. Eu pensava que na Argentina era o pior lugar para isso, mas aqui é muito extremo. Você está por cima ou por baixo com uma vitória ou uma derrota. É tudo muito drástico, pelo menos aqui em Porto Alegre. Mas estou acostumado. Sempre estive em lugares onde tem pressão. E eu gosto. Gosto de ter que ganhar e ter que gerar clima para isso. Incentivar os jogadores dizendo que nada é impossível. Somos conscientes das nossas limitações. Mas o grupo está alinhado, pensando da mesma maneira”, declarou.

Elogios a Renato e aos técnicos brasileiros

Perto de iniciar o nono mês de trabalho, Coudet só tem elogios a fazer aos treinadores brasileiros, como o rival Renato Portaluppi, garantindo que o intercâmbio é produtivo para ambos os lados.

O comandante colorado diz ter o hábito de “roubar” ideias táticas e de sistema de jogo das quais julga interessantes nos adversários:

“Os treinadores brasileiros têm boas propostas. Aqui em Porto Alegre há o Renato, que tem ido muito bem. Sempre enfrentei times brasileiros em copas, como Roger Machado, Mano Menezes, Cuca. E sempre foi duríssimo. Eles sempre tinham alguma coisa diferente. Creio que há grandíssimos treinadores no Brasil, e entendo que a qualidade não tem a ver com nacionalidade. O Brasil é um futebol que te faz crescer. E que não te deixa dormir muito, porque se joga muito. Constantemente, mal termina um jogo e já tem que pensar no próximo adversário. Digo que temos que olhar e “roubar” coisas. Todos os jogos, temos que olhar os adversários e tentar pegar algo de bom. É a minha intenção, sem nenhuma maldade”, confirmou.

Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital

Conversa com Sampaoli antes de assumir o Inter

Jorge Sampaoli é uma das referências da carreira de Eduardo Coudet do lado de fora dos gramados. E, conterrâneos, mantêm uma amizade a ponto de Chacho ter se sentido à vontade para questionar como era o futebol brasileiro e o que ele encontraria pela frente ao dizer “sim” ao Inter.

“Falei com o Sampaoli. Ele me disse que era um futebol que eu iria gostar muito, que era muito competitivo. Ele gosta muito do futebol brasileiro. Não me disse nada mais que a verdade. É um futebol extraordinário, que gosto muito. Todos os times podem vencer qualquer um, é muito competitivo”.

Sampaoli vive a sua segunda temporada seguida em território brasileiro. Em 2019, fez uma ótima campanha no Brasileirão ao levar o Santos à Libertadores. Já neste ano aceitou o convite do Atlético-MG – no tira-teima entre os dois amigos no último sábado, o Inter bateu o Galo por 1×0 no Beira-Rio e alcançou a liderança do Brasileirão com 12 pontos.

Dívida em Gre-Nais

O que ainda perturba o sono de Coudet em Porto Alegre é o jejum em Gre-Nais. O contexto geral do clube aponta para 9 clássicos sem vencer, enquanto o do treinador é de 4 partidas, tendo três derrotas, um empate e nada de gols marcados.

Sincero, o treinador chama para si toda a responsabilidade do retrospecto ruim e garante já estar de olho no dia 23 de setembro, data do 5° Gre-Nal da temporada, no Beira-Rio, ainda pela fase de grupos da Libertadores.

“Ainda é uma dívida pendente que eu tenho, da qual eu me responsabilizo totalmente. Essa série de vitórias do Grêmio ainda não conseguimos quebrar. É difícil às vezes cortar essas vantagens em clássicos, porque são vários fatores. Mas temos que quebrar esse jejum. Vamos trabalhar com foco nisso. É a partida que mais dói perder. Não é porque sou estrangeiro que não sinto o Gre-Nal da mesma maneira, ao contrário. Quero ganhar. A primeira coisa que fiz foi ver quando será o próximo jogo. E no dia 23 de setembro podemos escrever uma nova história”, concluiu.

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