No entendimento do jornalista e comentarista do Grupo RBS, Diogo Olivier, a torcida do Inter está correta ao identificar uma certa “ingratidão” na postura do centroavante Paolo Guerrero, que autorizou o seu representante Vinícius Prates a pedir rescisão contratual com o clube.
Em coluna no site GZH, o comunicador lembrou que o Inter ofereceu apoio em momentos complicados da carreira do peruano, como o caso de doping em 2018 e na recente lesão no joelho em 2020.
“Compreendo Guerrero pedir rescisão. É um direito seu. Quer renovar o quanto antes, não viu sinal da direção, não é mais guri, precisa tocar sua vida, ainda sonha com mais uma Copa. Até aí, tudo certo. Mas dizer que não recebe apoio do Inter e se sente maltratado, como indica seu estafe, é injustiça e ingratidão. O clube estendeu-lhe a mão no pior momento da carreira, punido sob acusação de doping. Esperou por ele quase um ano”, escreveu Olivier, antes de acrescentar:
“Só que o cenário mudou com uma pandemia que já matou 400 mil no Brasil e segue fechando empregos. O Inter não tem dinheiro. Está afogado em dívidas. Tem de cortar. Não possui mais condições de renovar com um atacante de 37 anos pelo que vinha lhe pagando. O contrato termina no fim do ano. O resto são incompreensões e cada um tentando ver apenas o seu lado”.
Nesta segunda-feira, Guerrero se reapresentou no CT colorado e deu continuidade ao tratamento da tendinite no joelho operado em 2020, que voltou a incomodar, inchar e o tirou dos últimos jogos. Ele tem 37 anos e contrato válido até dezembro de 2021.
Resumo em itens do caso Guerrero:
– Durante a semana, o empresário Vinícius Prates, com o aval do jogador, pediu rescisão de contrato com o Inter
– A direção do Inter nega veementemente ter recebido qualquer pedido formal neste sentido
– Guerrero tem 37 anos e contrato até dezembro de 2021
– Atualmente, não está jogando por ter tido inchaço e novas dores no joelho operado em 2020. Está fazendo fisioterapia e também não vai jogar quarta-feira contra o Olímpia, no Beira-Rio, pela Libertadores
– Nos bastidores, há o entendimento no Inter de que o seu custo-benefício é alto, embora o presidente Alessandro Barcellos garanta publicamente que quer renovar
– Segundo o empresário, Guerrero está se sentindo desrespeitado pela direção do Inter pelo fato de o clube ainda não ter iniciado as conversas para renovação
– No domingo, após a derrota para o Juventude, o técnico Miguel Ángel Ramírez disse ter boa relação com o jogador e desconheceu este suposto desejo de saída do clube: “Não me falou nada”, alegou o espanhol.