Como iniciou a discussão entre Roberto Melo e Alessandro Barcellos em reunião do Inter

Clima esquentou durante o debate das debêntures no Inter no Conselho Deliberativo

O presidente Alessandro Barcellos e o ex-vice de futebol colorado Roberto Melo entraram em atrito durante a reunião desta segunda-feira do Conselho Deliberativo, que terminou com a reprovação do projeto de debêntures como alternativa ao enfrentamento da dívida do clube. Barcellos e Melo, aliás, se enfrentaram nas últimas eleições presidenciais no fim de 2023 com vitória do primeiro.

Tudo começou na discussão desta segunda quando o microfone utilizado por Melo para fazer o seu discurso contra o projeto das debêntures falhou. Um técnico de som precisou ser chamado para arrumar o equipamento. Nisso, o ex-dirigente zombou de Barcellos:

“Não pagou também o técnico de som?”, disparou Melo, imediatamente respondido por Barcellos. “Estou pagando até agora o Nico López e pelo Edenilson, que tu não pagou”, destacou o mandatário, em alusão a dois jogadores comprados na época do ex-presidente Marcelo Medeiros e de Melo como vice de futebol. “Tu não chegou nem na final do Gauchão”, disse Melo, na tréplica.

Inter buscará recursos

Passada a discussão e a derrota nas urnas do Conselho Deliberativo, Barcellos manifestou preocupação com a situação financeira do Inter e prometeu adotar “remédio amargo”, como a venda de jogadores.

“Nós não vamos abrir mão de buscar o que nós perdemos neste ano em termos de orçamento, de déficit e de despesas, porque tudo foi muito alto. O nosso endividamento aumentará em 2025. É necessário enfrentar isso de outra forma. O remédio é mais amargo, não há mágica no futebol, ainda mais no momento de futebol competitivo que estamos vivendo. As medidas serão tomadas. Vamos buscar reduzir custos e vender atletas para que o clube sobreviva, para que contas sejam pagas. Foram mais de R$ 90 milhões gastos por conta da enchente. Vamos ter que tomar essas medidas até que a gente encontre alguma solução mais definitiva”, encerrou.

O plano da gestão do Inter através das debêntures buscava autorização para que o clube vendesse títulos de dívidas de curto prazo, em uma estimativa de economia de R$ 100 milhões em cinco anos. Na prática, segundo o jornal Zero Hora, o projeto implicaria na compra por parte de investidores de títulos de dívidas do clube, que poderia quitar essa espécie de empréstimo em um prazo mais longo e com juros menores. Uma das críticas da oposição era de que o Estádio Beira-Rio havia sido colocado como garantia no projeto.

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