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Abrahão avalia polêmicas extracampo de Douglas Costa, explica apoio a Mancini e denuncia “esquemão” no rebaixamento

Vice-presidente de futebol do Grêmio concedeu entrevista ao jornalista Duda Garbi

Em uma nova entrevista sem papas na língua, mantendo o estilo polêmico e sincero, o vice-presidente de futebol do Grêmio, Denis Abrahão, denunciou uma espécie de “esquemão” – conforme suas próprias palavras – que contribuiu para a queda do clube à Série B. Ele pediu atenção ao fato de que “sempre um grande tem que cair” e voltou a citar possíveis erros de arbitragem contra o clube no último campeonato.

Abrahão também deu a sua versão do polêmico pedido de liberação de Douglas Costa para casar na semana da última rodada do Brasileirão e explicou o porquê da manutenção do técnico Vagner Mancini para 2022 – veja as principais aspas:

A frase do “cabelo no peito”

“O ‘cabelo no peito’ foi pra eu mostrar que estava chegando um novo modelo de gestão no Grêmio. Que tem que lutar, que tem que pagar caro, que tem que sentir a derrota, que tem que sangrar. Os ex-dirigentes do Grêmio eram ruins? Não, deram o seu melhor. Todos nós temos nossa parcela de responsabilidade. Eu também caí, eu também errei. Aceito de peito aberto”

Denúncia de “esquemão”

“Por trás disso tudo tem um ‘esquemão’. Tu já viu que sempre tem que cair um grande? Vamos pros fatos. Grêmio x Palmeiras, o Thiago faz realmente o pênalti. Mas o juiz está junto do lance e faz o gesto de simulação pro jogador do Palmeiras. ‘Levanta que tu te atirou’. Fez três vezes. Aí vai pro VAR e pênalti. Não posso reclamar. Aí fazem 2×1 logo em seguida. Depois o Elias faz o empate no segundo tempo. E vem as linhas do VAR. Quando eu fui no Rio de Janeiro, foi aí que eu fiquei irritado. Gaciba me recebeu muito bem. Me mostraram um lance que o VAR errou, que foi um volante do Fortaleza chutando o Darlan no meio de campo. Jogo estava 0x0. E nada de chamarem o VAR, mas eles puniram o juiz diminuindo a nota dela. Perguntei se era essa a punição, e disseram que iam ficar de olho nele. Me mostraram erros e acertos, mas saí da CBF acreditando na arbitragem”

Outros erros de arbitragem

“Mas contra o Atlético-MG fiquei preocupado. Gol do Borja, lance gozado, as linhas são tortas. A linha do VAR tem 1cm e a da pequena área tem 10cm. Isso é o ser humano que manipula. Depois a falta do Cortez que não foi. Aí vem o Gre-Nal e o pênalti de gibi no Geromel. O Moisés se agarra nele. Depois a CBF vem dizer que foi lance inconclusivo. Grêmio e América-MG também foi um escândalo. Quantos pontos estou dizendo aí? Me tomaram uns cinco pontos na mão grande. O Grêmio também caiu por causa disso, mas nós erramos e sabemos os erros”

Derrota do Gre-Nal

“Ali me doeu. Foi um soco. Eu como dirigente-executivo de 2000 a 2002 não perdi Gre-Nal. Comandando o futebol foi a primeira vez. E o Inter mereceu ganhar. O Inter jogou com cabelo no peito. Eu tenho que reconhecer. Eles estavam com tesão, estavam mordidos. Estavam travestidos de Grêmio. Isso me deixou mal, mexeu comigo. Não tive coragem de tecer qualquer comentário naquele momento”

Lisca

“Lisca é um baita de um cara, eu respeito ele. Não dá (pra contratar). Imagina nós dois juntos? Não dá. Dois incendiários, é difícil. Apesar que o Mancini não é esse cara que vocês pensam”

Permanência de Mancini

“O Mancini conhece o Grêmio, o grupo de jogadores, a Arena, a transição, o vestiário. E agora ele vai ter a oportunidade de botar em prática o conhecimento. Eu morei no vestiário, cara. Não sentei pra fazer planejamento em 2021. Esse ano vai dar certo. Tem tudo pra dar certo”

Rafinha

“Papo trouxa (liderança negativa). Ele é um baita cara. Pergunta pro Vanderson que está na França se ele não ajudou pra caramba. O meu conceito é esse. Respeito quem pensa diferente de mim. O Rafinha entendeu a saída”

Douglas Costa

“Numa segunda-feira à noite ele me liga: ‘Quero te comunicar que amanhã eu vou casar’. E eu: ‘Como é? Temos uma decisão quinta contra o Atlético-MG e tu é a minha estrela, o fenômeno’. Iam acabar com minha carreira se eu aceitasse isso como dirigente. Ele me disse que estava ‘combinado’. Mas eu falei pra ele que o momento era inoportuno. A ideia dele era pegar um jato, voltar, treinar depois. Pedi pra ele focar no Grêmio. Eu gosto dele, e ele gosta de mim. Se abraçou e pediu desculpas pra mim depois do jogo do Atlético-MG. Ele sabe que errou. Não casou naquela vez. Ponto. Depois disso eu não falo mais de Douglas Costa. Não li o contrato de nenhum jogador até agora”

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