Por mais que se caracterize por um perfil otimista, agregador e “pra cima”, o novo vice de futebol gremista Denis Abrahão não vende ilusões e admite ao torcedor tricolor que o “sofrimento” irá até o fim do Brasileirão. Ele segue confiante na saída do Z4, mas se mostra totalmente em alerta para que os riscos de queda sejam reduzidos daqui para frente.
“Cada um tem a sua previsão. A minha é que vamos sofrer. Gostaria que existissem coisas práticas, lógicas, mas (futebol) é totalmente ilógico. Não estou dizendo nenhuma novidade. Mas temos que cair na real: para sair da segunda divisão, temos que saber que estamos na segunda divisão. O que faz para sair? Se continuar como estava, vai cair. Temos que mudar”, declarou o dirigente ao Globoesporte.
O primeiro ato de Abrahão ao assumir o clube na vaga de Marcos Herrmann foi ligar para Vagner Mancini e convocá-lo para a missão no Grêmio. E, no entendimento do dirigente, a escolha para este momento não poderia ter sido melhor:
“É um prazer muito grande trabalhar com o Mancini. Já tinha sido nosso jogador em 1995, eu era vice-presidente do Grêmio. Já era diferenciado, de altíssimo nível. Não tive surpresa nenhuma com esse profissional. Só ratificou meus conceitos que existiam e que permanecem os mesmos. Um grande caráter, uma grande pessoa, um grande profissional. Cresceu muito, é um grande treinador e vai ser um estupendo treinador no futuro”, acrescentou.
Mancini tem muito prestígio com a nova diretoria gremista – Foto: Lucas Uebel/GrêmioAbrahão encontrou elenco do Grêmio “abatido”
Com cinco jogos seguidos sem vencer – Athletico, Sport, Cuiabá, Fortaleza e Santos -, o elenco do Grêmio se encontrava “abatido” quando Abrahão, Mancini e o novo diretor de futebol Sergio Vazques tiveram o primeiro contato no vestiário:
“Eu encontrei um vestiário normal. Abatido devido aos resultados, sem dúvida, profissionais sentidos com o momento vivido. E buscamos reanimá-los. Dar vida, dar tranquilidade, segurança. Falei que a responsabilidade fora do campo é toda minha, que dentro do campo sejam felizes, que joguem o que eles sabem. Se jogarem, não tenho dúvidas das vitórias. Os problemas que vierem são comigo. Não precisam se preocupar com nada. Não serei o super-homem que vai salvar o mundo. Mas deixei eles à vontade para fazer o que sabem fazer, que é jogar futebol. Não estou lá para atrapalhar, mas para administrar conflito e gerir pessoas. Ser um agente facilitador”, encerrou Abrahão.
Em 19° lugar com 26 pontos na tabela do Brasileirão, o Grêmio viaja para Goiânia no domingo e enfrenta o Atlético-GO na segunda, 20h.