“Está desumano”. Assim o técnico Abel Braga resumiu a dificuldade que vem tendo em montar o time do Fluminense em meio à maratona de jogos que está envolvido. Atualmente, o clube se divide entre Copa do Brasil, Brasileirão e Sul-Americana em dura sequência de partidas que cobrou o seu preço neste sábado, no Maracanã, em derrota de 1×0 para o Inter pelo certame nacional.
“Está desumano. Hoje eu vi um meio tempo do jogo do Bragantino contra o São Paulo. Sete ou oito reservas no Bragantino. É um clube que está estruturado para caramba, mas ainda não tem uma camisa de um Palmeiras, de um Corinthians, de um Flamengo, um Fluminense. Entrou com oito reservas. Por quê? É porque tem alguma coisa nessa semana que eles necessitam ganhar. Se eu soubesse que não ia ganhar o jogo hoje, eu tinha poupado. Porque terça-feira tenho que ganhar também, entendeu? E agora?”, perguntou Abel, antes de acrescentar:
“O negócio está brabo. Em seis dias, três jogos, três noites de sono perdidas viajando. Mas viajando de madrugada, saindo 4h da manhã para chegar 10h. Está complicado, mas está desumano para todo mundo”.
Em relação à derrota para o Inter, Abel avaliou ter sido um jogo com poucas chances de gol e que o empate poderia ser mais justo:
“Nós tentamos jogar, mas não conseguimos. O jogo merecia terminar empatado? Acho que sim. Número de chances foi quase nenhuma para eles e para nós. Tivemos uma com Cano, Calegari, mas não conseguimos conter. Até a chegada no último terço, nosso setor defensivo estava suportando. Nós não conseguimos marcar a transição, quando roubavam a bola. Não vou cair na tecla do cansaço. Mais uma vez perdi jogador com poucos minutos. André acabou ficando, Martinelli não conseguia mais. Às vezes o torcedor aplaude com derrota. Hoje não podiam aplaudir. Tentamos tudo que podíamos, mas não foi possível”.
Em outro trecho da coletiva, o treinador campeão mundial pelo colorado em 2006 agradeceu aos aplausos feitos pela torcida do Inter ao seu nome no Maracanã:
“Isso é só gratidão. A mesma gratidão que eu tenho do Inter eu tenho do Fluminense, por também ser Fluminense de coração. Tudo que consegui no futebol até hoje foi nesses dois clubes. Não falo em questão financeira, falo em títulos, falo em relação humana, amigos que fiz”, concluiu.