
A derrota do Grêmio por 1×0 para o Fluminense, no Maracanã, foi mais do que um tropeço fora de casa. Ela serviu como combustível para uma dura coletiva de Mano Menezes, em que o técnico escancarou não apenas problemas táticos, mas também comportamentais. O recado foi claro: o Grêmio está pagando caro para ver seus jogadores se “esconderem” em campo.
Sem citar nomes, Mano fez críticas que atingem diretamente os medalhões do elenco. “Jogador de meio milhão de reais tem que jogar marcado. É a exigência da Série A”, afirmou, deixando claro que não há espaço para acomodação. O treinador não se furtou de cobrar atitude de quem recebe os maiores salários, apontando que o rendimento precisa corresponder ao investimento — especialmente sob pressão e em jogos fora de casa.
“A gente precisa ter coragem para jogar futebol na Série A. O adversário também tem dificuldade para jogar e joga. Nós nos esforçamos ao máximo para marcar na saída do adversário e apertamos. O jogador tem se entregado ao máximo, mas o adversário joga. A gente também tem que ter essa coragem para jogar um passe curto. O jogador de meio milhão de reais tem que jogar marcado, né? A gente sempre fala isso. Então, é a Série A. É a exigência da Série A e atrás disso que nós temos que ir”, criticou Mano Menezes.
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Além da bronca coletiva, Mano classificou o gol sofrido como “ridículo” e “inaceitável” para o nível do clube. A falha, segundo ele, aconteceu ainda na saída de bola, revelando uma fragilidade recorrente. Para o técnico, atuar com dois zagueiros canhotos dificulta a construção ofensiva, tornando a jogada previsível e vulnerável. “Quando conseguimos colocar um zagueiro destro, como o Gustavo Martins, a jogada flui melhor”, explicou, sugerindo que a deficiência é estrutural e influencia diretamente no desempenho em campo.
“A gente tem uma dificuldade. A gente tem jogado com dois zagueiros canhotos. E é lógico que um zagueiro canhoto pela direita vai ter mais dificuldades. para construir do lado certo. Mas foi necessário fazer isso. A equipe ganhou mais solidez defensiva com essa forma de jogar. Mas quando a gente consegue colocar um zagueiro destro, como fizemos com o Gustavo Martins recentemente, a gente vê a diferença, óbvio, de uma jogada mais rápida na visão daquilo que a gente precisa fazer”, comentou Mano.
Saída de bola virou problema crônico no Grêmio
Mano também ressaltou que o Grêmio tem cometido erros cruciais e facilitado a vida dos adversários. “Nós entregamos dois gols para o adversário, e ninguém tem dado nada de graça pra gente”, disse, visivelmente incomodado com a falta de atenção e o padrão de falhas que se repete. O técnico não apenas critica os equívocos, mas cobra uma postura mais combativa e comprometida por parte dos jogadores — principalmente os mais experientes.
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“Há avaliações que você tem que fazer a cada lance. Eu acho que o pênalti que nós cometemos, nós podemos colocar no mesmo adjetivo. Então, nós iríamos perder um jogo de 2×0 com dois gols que nós entregamos para o adversário. E ninguém tem dado nada de graça para a gente. Acho que é isso que a gente tem cobrado bastante. Um nível de concentração alto, um nível que é necessário em jogos parelhos, que se decide em detalhes. como foi o de hoje. Então é isso que precisamos ter mais e vamos continuar trabalhando para que eles não se repitam”, voltou a criticar, Mano.
As alterações feitas durante o jogo, como a entrada de Edenilson no meio-campo e Camilo na lateral, não surtiram o efeito esperado. O Grêmio não conseguiu encaixar sua saída de bola, foi dominado pelo Fluminense e praticamente não levou perigo real à meta adversária. Para Mano, o problema não é apenas técnico, mas psicológico: falta coragem para assumir o jogo desde o primeiro minuto.
Mano vê elenco acomodado e exige reação contra o Sport Recife
A crítica à postura do elenco é o ponto central da entrevista. O treinador busca mais do que um ajuste tático — exige mudança de comportamento. A cobrança pública é um sinal de alerta: há desconforto interno, e a paciência com parte do grupo parece estar se esgotando.
Agora, o Grêmio volta suas atenções para o duelo contra o Sport Recife, em casa, no domingo, 10, às 20h30. Mano Menezes terá uma semana inteira para treinar e espera não apenas uma resposta em campo, mas também uma demonstração de comprometimento. Porque, como ele mesmo deixou claro, sair jogando não é apenas tocar a bola para o lado — é mostrar personalidade.
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