
Um volante que não dá carrinho e não tem o desarme como prioridade. Isso seria possível no Grêmio de 15 ou 20 anos atrás? Difícil de imaginar. Em um estado onde o futebol pegado e de forte marcação sempre foi marca registrada, o tricolor começou a reescrever a sua própria história com a chegada de Maicon, impulsionado pelos trabalhos dos técnicos Roger Machado e Renato Portaluppi.
Em coletiva nesta semana, o próprio camisa 8 relembrou que, enquanto estava em negociação para vir ao clube no primeiro semestre de 2015, profissionais de dentro do São Paulo, seu ex-time, diziam que ele não tinha o perfil necessário para o Grêmio. Em campo, provou que estavam errados.
“Quando eu negociava com o Grêmio, me falaram que eu não conseguiria jogar aqui, pela minha característica ser diferente da do clube. Graças a Deus, isso mudou. Hoje, todo mundo gosta de ver o Grêmio jogar”, destacou.
Desde Roger, o tricolor dá espaço à escola de volantes refinados, de boa técnica, passe, poucas faltas e cartões. Ao lado de Maicon, já passaram nomes importantes como Walace, Arthur e agora Matheus Henrique, todos com passagens pela Seleção Brasileira.
Coincidência ou não, a “transformação” fez o Grêmio voltar a vencer. Desde a Copa do Brasil de 2016, que quebrou o jejum de 15 anos sem títulos, já foram outros cinco títulos, com destaque à Libertadores de 2017.