
De volta ao Grêmio após 20 anos da primeira passagem, Mano Menezes teve uma difícil missão logo na chegada ao clube, que foi conduzir o time na Série B de 2005 – que terminou na lendária Batalha dos Aflitos contra o Náutico. Antes disso, a equipe teve tropeços no caminho, como a derrota de 4×0 para o Anapolina, em Goiás, fora de casa.
Foi naquele dia que Mano Menezes começou a ganhar de vez o grupo do Grêmio, como relatou o ex-lateral-direito Patrício em nova entrevista dada ao “Papo Copero”, no YouTube:
“O nosso time era muito fechado. Não tenho vergonha de falar: tinha jogo que a gente perdia e era de chorar no vestiário. Aquele jogo contra o Anapolina, que levamos 4. Chegamos naquele campo, um calor em Goiânia, a garganta coçando. Os caras correndo e a gente nem via eles. A gente se perdeu naquele jogo. Mas naquele dia o Mano ganhou ainda mais o grupo. Estavam todos no vestiário, sentados, tristes. Sabíamos que a pancada viria forte, um silêncio no vestiário”, disse Patrício, antes de ampliar:
“Chega um diretor nos descascando, com palavras fortes, falando em vergonha na cara. O Mano não tinha chegado ainda. Quando ele chega, ele diz: ‘Dentro do vestiário falo eu, aqui sou eu’. Ele disse que tínhamos errado, mas que levantaríamos a cabeça para dar a volta por cima. O Mano disse para esse diretor que, se ele quisse falar, que falasse na chegada em Porto Alegre. Com essa atitude, o Mano Menezes ganhou ainda mais o nosso grupo. Depois disso, o time começou a melhorar e vencer”.
A Série B daquele ano era bem diferente do formato atual, com pontos corridos e quatro times avançando. Na época, os oito melhores se classificavam a partir da primeira fase e em seguida eram feitos dois quadrangulares com os dois melhores se classificando.
Aquele trabalho de Mano Menezes no Grêmio lhe abriu portas para outros grandes clubes e depois também a Seleção Brasileira. Após o acesso, ele dirigiu o tricolor no bicampeonato do Gauchão entre 2006 e 2007 e no vice da Libertadores de 2007.