Presidente do Inter, Alessandro Barcellos critica arbitragem após polêmica em jogo do Grêmio contra o Juventude

Presidente do Inter não poupou palavras e criticou arbitragem

Em uma noite marcada por tensão e controvérsias, o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, não poupou críticas à arbitragem de Anderson Daronco após a validação do gol de bicicleta de Gustavo Martins, zagueiro do Grêmio, aos 51 minutos do segundo tempo. O gol levou a partida contra o Juventude para os pênaltis, onde o Grêmio saiu vitorioso e garantiu sua vaga na final ao lado do Internacional.

Barcellos expressou sua indignação em declarações contundentes, afirmando que a decisão de validar o gol foi equivocada e que o VAR desempenhou um papel decisivo na classificação do Grêmio. Ele destacou que ex-árbitros renomados, como Simon, Gaciba e Paulo César de Oliveira, foram unânimes em considerar que o lance deveria ter sido anulado por falta. “É uma vergonha o que foi feito até agora. Colocaram o campeonato sob suspeita e nada aconteceu”, declarou o presidente.

O dirigente também criticou a postura de alguns comentaristas e conselheiros que, segundo ele, utilizam uma falsa imparcialidade para sustentar narrativas contrárias ao Internacional. “Nós não vamos aceitar essa contra-narrativa. O que foi feito é uma vergonha”, enfatizou.

Alessandro Barcellos, Inter
Foto: Divulgação/YouTube/Inter

O que houve no jogo de Juventude x Grêmio?

A partida entre Juventude e Grêmio terminou envolta em polêmicas, especialmente após o gol de bicicleta de Gustavo Martins, marcado aos 51 minutos do segundo tempo. Durante o lance, os jogadores do Juventude protestaram, alegando que Mandaca sofreu um chute no rosto no momento da finalização. O incidente causou grande tumulto e tensão em campo.

No auge da confusão, o treinador do Grêmio invadiu o gramado e acabou desferindo um golpe em Ênio, jogador do Juventude. Em coletiva de imprensa após a partida, o técnico explicou que não teve intenção de agredir e, ainda em campo pediu desculpas. Segundo ele, sua intenção era apenas afastar o braço de Ênio, mas, inadvertidamente, acabou atingindo a boca do jogador, que começou a sangrar. Após revisão do VAR e do pedido de desculpas, o treinador foi expulso de campo.

Com a vitória parcial de 2×1 para o Juventude e o placar agregado empatado em 3×3, a partida foi decidida nos pênaltis. O Grêmio levou a melhor na disputa e garantiu sua classificação para a grande final contra o Internacional.

Alessandro Barcelos, presidente do Inter não poupou palavras

“Os três primeiros jogos que o Internacional teve, a intervenção do VAR, foram extremamente criticados pela direção do rival e por uma boa parte da imprensa, que sustenta esta narrativa. Porque se não tivesse sustentação, a narrativa não iria continuar.

Nós tivemos um episódio também lamentável, e eu não quero perder a cronologia, quando o nosso diretor esportivo, o D’Alessandro, que tem a função de se relacionar com a comissão técnica e com o grupo de jogadores, como fez hoje e como fez em todos os jogos, quando termina o jogo ele entra no campo para cumprimentar os jogadores. Ele foi acusado, nas duas primeiras rodadas, de ter entrado no campo para provocar a arbitragem. Aí ele foi corretamente, em off, dizer que não tinha feito aquilo, e covardemente foi atacado nos microfones. Covardemente foi atacado. Isso tudo sustenta a narrativa. Porque, sem sustentação, a narrativa morre.

Não feliz com tudo isso, nós, de forma muito ponderada e educada, discordamos da arbitragem do clássico Grenal da fase classificatória. Discordamos do pênalti que, na nossa opinião, foi interpretativo e discordamos, mais ainda, da expulsão do Roger. Porque, de um lado, o auxiliar técnico fala “tá de sacanagem” e é expulso; do outro lado falam palavrões que eu não vou repetir aqui, em homenagem ao torcedor e àquele que está escutando depois da meia-noite, e nada acontece. E o que acontece no outro dia? Uma narrativa de novo, de que o Internacional estaria condicionando a arbitragem.

Quarta-feira, jogo em Juiz, nosso diretor esportivo dá uma entrevista com palavras cuidadosas, com o objetivo de preservar o que, aliás, acontece em qualquer tribunal: juízes que têm alguma relação com aqueles que estão sendo julgados se dizem impedidos de julgar. E isso é normal. Não é falta de normalidade, o cara não tem má-fé. Foi nesse sentido a fala.

Foi pedido, durante o jogo, já se saem matérias publicadas dizendo que era, vou usar as palavras aqui para que todo mundo saiba, uma entrevista desastrosa. E no outro dia, não para surpresa, talvez de alguns, mas para nós não, o presidente da federação é convocado a dar uma entrevista. E, ao ser convocado a dar essa entrevista, é pedido inclusive que processasse o D’Alessandro. Vejam bem, e eu vou chegar no final.

Passa isso, vem o jogo do nosso rival contra o Juventude. Um pênalti que foi discutido, e depois que saíram os áudios do VAR, todo mundo começou a dizer: “pegou na bola”. Discutível. Se fala palavras e o Bisol já usou nas suas entrevistas, eu não gravei elas, mas vou dizer: assalto. Vamos no CPF das pessoas, vamos invadir o Jaconi, mesmo quem não tem ingresso. Constrangeu. Vocês viram o que tinha hoje no Jaconi? Ou não constrangeu?

O presidente, que é meu amigo, Fábio, do Juventude, não deu uma entrevista antes do jogo, dizendo para os torcedores se protegerem no dia do jogo. E aí, o que acontece? Nada. Ninguém convocou o presidente para dar entrevista. Aí o presidente constrangido da Federação Gaúcha de Futebol dá uma entrevista. Constrangido. E nada muda.

Vocês viram o VAR de hoje? No Jacone? Aquilo, sim, colocou um time na final. O Simon, o Gaciba e o Paulo César de Oliveira, que são ex-árbitros, todos foram unânimes em dizer que aquilo era falta e não poderia ter dado gol. Só quem disse que tinha que ser gol é alguém que nunca apitou, nunca entrou em campo. Não apitou nada. Esse diz que foi. Aliás, parece que agora me disseram que se enganou, pediu desculpas, porque olhou um ângulo que não existia.

Gente, vou repetir aqui: identificados com seus clubes é do jogo e a gente respeita, porque bota a cara. Agora, aqueles que se escondem atrás de uma imparcialidade que não existe pra sustentar a narrativa… O torcedor colorado que está me acompanhando, fique ligado. Os conselheiros, aqueles que ocupam espaço na imprensa, são duas semanas de ocupação de espaço e contra-narrativa. Nós não vamos aceitar.

E o que foi feito até agora é uma vergonha. É uma vergonha. Colocaram o campeonato sob suspeita e nada aconteceu. O treinador foi expulso e foi à coletiva, quando é proibido. E vai ficar todo mundo quieto e dizer que é a mesma coisa, que o que o Bisol disse e o D’Alessandro é igual a essa bandalheira que fizeram? Vai todo mundo dizer que é a mesma coisa? Que está no mesmo nível? Desculpa, mas isso está no limite.

E o jogo terminou onde provavelmente queriam que terminasse essa narrativa: na delegacia. Foi assim que terminou o jogo. Nós vamos jogar bola. Nosso torcedor está de parabéns. Hoje deu um show e vai dar um show nas duas finais. E nós vamos trabalhar muito para ganhar esse campeonato”, criticou Alessandro Barcellos.

Alessandro Barcellos, Inter
Foto: Divulgação/YouTube/Inter

Quem é o comentarista de arbitragem que nunca apitou, citado por Barcellos?

O presidente do Internacional também abordou o tema da imparcialidade na mídia esportiva. Respondendo às perguntas do repórter Thaigor Janke que captou ser o comentarista Jory Vasconcelos, da Rádio Gaúcha filiada à RBSTV, Barcellos reafirmou que suas declarações são baseadas em fatos concretos e não em insinuações.

“Não estou insinuando nada. Tudo o que mencionei está documentado, publicado, falado e gravado”, afirmou o presidente, destacando que não citou nomes diretamente, mas que as conclusões tiradas são evidentes. Ele também negou qualquer acusação de má-fé, enfatizando que sua crítica se refere à sustentação de narrativas e não à intenção maliciosa.

Barcellos explicou que sustentar uma narrativa significa tomar partido e que isso pode comprometer a imparcialidade. “O que considero problemático é quando alguém, identificado, toma uma posição clara, mas, quando não identificado, se esconde atrás de um biombo de imparcialidade. Esse biombo é muito perigoso”, declarou.

O presidente também respondeu a perguntas sobre o comentarista Jory Vasconcelos, da Rádio Gaúcha, mas evitou aprofundar-se em nomes específicos. “Cada um tem o direito de assumir a posição que quiser”, concluiu, reforçando que sua preocupação é com a transparência e a responsabilidade na comunicação.

“Primeiro, quero deixar claro que não estou insinuando nada. Apresentei fatos concretos, não inventei nada do que disse. Tudo o que mencionei está documentado, publicado, falado e gravado. Não citei nomes, mas, se você chegou a essa conclusão, é algo evidente e não há problema algum. Você respondeu à sua própria pergunta.

Não estou falando de má-fé. Nunca mencionei má-fé. O que mencionei foi a sustentação de narrativas, que é algo completamente diferente. Sustentar uma narrativa significa tomar partido, não ser imparcial. Isso não tem relação alguma com má-fé. Cada um tem o direito de assumir a posição que quiser. O que considero problemático é quando alguém, identificado, toma uma posição clara, mas, quando não identificado, se esconde atrás de um biombo de imparcialidade. Esse biombo é muito perigoso. Só isso. Mas, repito, não tem nada a ver com má-fé”, explicou.

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