Lançado pelo técnico Mano Menezes no elenco principal do Grêmio em 2007, Willian Magrão deslanchou mesmo na temporada seguinte, já sob comando de Celso Roth, fazendo uma campanha muito regular ao lado de Rafael Carioca no meio de campo do time que acabou vice-campeão brasileiro em 2008. Ao site Zona Mista, o volante deu o seu ponto de vista sobre a perda daquela conquista para o São Paulo, citou Paulo Autuori como o melhor técnico que pegou no Grêmio e ainda apostou no acesso do tricolor para a Série A de 2023.
Zona Mista: Willian, para começarmos a nossa conversa, fala um pouco do seu início no Grêmio já naquele final de temporada de 2007. Qual a importância que o Mano Menezes teve na sua caminhada no clube?
Willian Magrão: Meu início no Grêmio foi, assim, muito importante desde que eu cheguei nas categorias de base. Quando o Mano me subiu em 2007, para a pré-temporada, foi um aprendizado muito grande com os jogadores experientes que tínhamos no elenco. Procurei absorver ao máximo tudo que estava acontecendo comigo naquele momento. Depois, fui colhendo os frutos. Mas, com certeza, tudo pra mim passou muito por esse ano de 2007 no Grêmio e também pela figura do Mano Menezes, que me ajudou muito nessa caminhada.
ZM: Em 2008, você e o Rafael Carioca formaram uma interessante dupla de volantes e jogaram juntos a campanha do vice-campeonato do Brasileirão. Eram 11 pontos de vantagem para o São Paulo, que veio a ser o campeão. O que faltou para o Grêmio segurar aquele título?
WM: Eu e o Rafael, quando terminou a temporada, lembro que falavam que fizemos uma das melhores duplas de volantes do Grêmio. Estávamos no meio dos melhores. Foi muito gratificante, muito bom mesmo. Um ano especial para todos nós. Só que, infelizmente, não fomos coroados com o título brasileiro. Perdemos para o São Paulo mesmo com a vantagem grande que tínhamos. Acho que, para nós, faltou ter mais jogadores experientes no nosso grupo. Tínhamos poucos. Penso que isso foi determinante para não termos ficado com o título.
ZM: Pelo Grêmio, sua passagem foi somente jogando ainda no Estádio Olímpico e não na Arena. Quais as principais lembranças do apoio da torcida gremista no antigo estádio? Dá pra dizer que a torcida chegou a virar jogos “sozinha” naquela época?
WM: O Olímpico era muito especial. Ali se fazia uma atmosfera com a torcida… então ali lembro que passamos um bom tempo sem perder jogos em casa. Sabíamos que como mandante éramos muito fortes por causa da torcida. A torcida do Grêmio nos empurrava, nos dava força. Tinha jogo que estávamos mal, perdendo e a torcida não parava de cantar, de apoiar. Isso daí nos ajudava muito. Ajudava inclusive a empatar e virar jogos. Aquela atmosfera feita pela torcida no Olímpico era algo fenomenal.
ZM: Você atualmente se considera um gremista? Pela experiência que você teve em passagens por clubes como Ponte Preta e Náutico, acredita que o Grêmio vai conseguir subir tranquilamente na Série B?
WM: Eu tenho um carinho muito grande pelo Grêmio, pelos anos que fiquei lá, por tudo que vivi. Torço muito pelo clube ainda. Quero que o Grêmio volte para onde não deveria ter saído. Jogar uma Série B, assim, acho difícil o Grêmio subir “tranquilamente”, como você citou. Pois são jogos complicados, times que vão jogar a vida contra o Grêmio, que é um dos grandes na B esse ano. Vai ser difícil, mas eu tenho quase certeza que o Grêmio vai conseguir esse acesso.
ZM: Falando especificamente sobre a sua carreira, qual você considera ter sido o seu melhor momento individual até hoje?
WM: Sem dúvida, o meu melhor ano foi em 2008. Pelo que vivi, pelo que joguei, pelo que conquistei. Como foi aquele ano né… não tem como ser diferente, meu melhor ano foi 2008 pelo Grêmio.
ZM: Uma pergunta sobre treinadores. Você já teve como técnico Mano Menezes, Celso Roth, Renato Portaluppi, enfim, vários perfis diferentes. Qual o estilo de treinador que te agrada mais?
WM: É complicado falar de treinador, porque cada um tem o seu estilo de jogo, seu modo de pensar, de como agir taticamente. É difícil falar assim, mas um treinador que eu sempre gostei, e que vivi pouco junto, foi o Paulo Autuori. De como ele gerencia o grupo, de como joga. Eu cito o Paulo por tudo. Não somente pela maneira que faz o time jogar. É mais do que isso. Para gerir um grupo você tem que ter a sua linha de raciocínio e não sair dela. E eu via isso nele. Com o Paulo eu tive o melhor tipo de jogo, em todos os aspectos.
ZM: Para encerrar, uma pergunta sobre a tua realidade e futuro no futebol. Como foi jogar o estadual goiano pela Aparecidense em 2022? E o que pensa para a continuidade da carreira agora com 35 anos?
WM: Infelizmente, as coisas na Aparecidense não aconteceram das coisas que eu imaginava. E agora espero continuar a minha carreira esperando algo concreto, algo que agrade, para continuar. Depois, talvez siga no futebol como gerente ou empresário. Sigo indo por alguns caminhos e esperando o que vai acontecer.