
O técnico Lisca “Doido” avaliou que o Inter vive uma fase de ajustes sob o comando de Roger Machado. Para ele, o time precisa “se reinventar”, redesenhar funções e recuperar confiança. O treinador também comentou a saída próxima de Enner Valencia, movimento que, na visão dele, ajuda a reorganizar prioridades do elenco. As falas ocorreram em entrevista ocorrida na manhã desta quarta.
Na conversa no programa “Bola Nas Costas”, da Rádio Atlântida, Lisca destacou pontos táticos e anímicos. Defendeu que o Inter encontre soluções com Alan Patrick mais central, dois atacantes e um tripé para dar sustentação. Ao mesmo tempo, disse que o grupo precisava definir quem segue “100% focado”. A menção a Valencia apareceu nesse contexto de reconstrução de ideias e papéis.
Em seguida, o treinador conectou o debate a episódios recentes, como a oscilação após confrontos de Conmebol Libertadores e o impacto extra-campo no vestiário. Para ele, clarear processos e alinhar o mental é parte do caminho. É nessa moldura que a sua fala sobre “reinvenção” ganha peso e exigência competitiva.
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“Eu acho que agora é a hora da reinvenção, né? Eu acho que o Roger sabe disso. Precisa reinventar uma série de situações. Esse aspecto anímico também a gente está vendo com a saída do Valencia também. Está começando a se organizar isso, né? Quem realmente está focado, quem não está. Quem já deu o que tinha que dar. É difícil para o Valencia ser um jogador da dimensão dele e ser a terceira opção ou não jogar. Não estava bom para ele, não estava bom para o Roger, não estava bom para o clube, para a torcida, para ninguém. Eu acho que está começando a achar soluções e reinventar, achar uma nova maneira de jogar, talvez com o Alan Patrick, dois atacantes, um tripé por trás, mais consistência”, disse Lisca.
Enquanto o Inter define o futuro do equatoriano, a imprensa confirma a reta final do desligamento com manutenção de 50% dos direitos econômicos e possibilidade de acerto com o Pachuca do México. A rescisão de contrato de forma amigável com o jogador avançou nesta quarta-feira (10/09).
No Inter, Lisca vê ajuste tático — e cita Gre-Nal contra o Grêmio
Ao tratar de desempenho individual, Lisca voltou a falar de Valencia em jogos grandes. Ele puxou o recorte de um dos clássicos contra o Grêmio, destacando o embate físico com Walter Kannemann e o impacto do equatoriano nos duelos. O comentário surgiu como exemplo de como potencializar características do atacante.
O treinador retomou o Gre-Nal de 2023 para ilustrar a força de arranque de Valencia atacando espaços, de frente e com campo para acelerar. No raciocínio de Lisca, o desenho de jogo precisa criar esse cenário, não o obrigando a jogar de costas. A lembrança embala a tese de “usar o melhor do jogador”.
“O Inter, será que fez isso depois do Fluminense? Onde ficou muito, ficou nas costas do Valencia. Eu acho que sim, Léo. Tanto que tem um jogador do Grêmio especificamente que ele se notabilizou muito em Gre-Nal porque é difícil passar por ele, que é o Walter Kahneman. No Gre-Nal 2023, o Valencia, ele arrastava o Kahneman de um jeito que a gente não tinha visto na passagem histórica do Kahneman. Eu vou te dar uma informação. O Valencia nunca perdeu um Gre-Nal”, comentou Lisca.
O dado sobre a invencibilidade em Gre-Nal encontra respaldo em levantamento especializado: Valencia disputou sete clássicos, com quatro vitórias e três empates, sem derrotas.
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Em síntese, Lisca sustenta duas chaves para o Inter: reorganizar o coletivo com funções claras e, quando possível, moldar o time às virtudes dos protagonistas. A saída de Valencia, por sua vez, abre espaço para um novo encaixe ofensivo e para decisões mais objetivas do departamento de futebol.
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