
Uma triste situação marcou o domingo da torcedora gremista Thais Ribeiro, de 27 anos, que viralizou ao relatar na web um caso de machismo vivenciado na Arena antes do duelo contra o Palmeiras, pelo Brasileirão. Ela alega ter sido abordada por uma funcionária da empresa que administra o estádio, vestindo um colete de identificação amarelo, com a orientação de “baixar o short”. Como se negou, Thais foi “convidada” a se retirar e não viu o jogo.
A torcedora postou foto de como estava a sua vestimenta no relato que viralizou na web e admitiu, ao site GZH, uma profunda frustração pelo episódio:
“Estava no setor ao lado da Geral, gosto de cantar, apoiar mesmo. Vou ao estádio desde criança e isso nunca tinha acontecido. Havia muitos homens sem camisa, estava muito calor, e o meu short era quase na altura do joelho. Era um calção com a ponta dobrada. A funcionária foi ríspida comigo, autoritária. Não consegui acreditar no que estava acontecendo, fiquei em choque”, reclamou.
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A torcedora, que é moradora da cidade de Rio Grande, não ofereceu resistência e foi buscar ajuda na Ouvidoria da Arena, onde alega não ter sido tratada da forma como esperava – inclusive tendo o celular “confiscado” após uma tentativa de tirar fotos dos funcionários que não a ajudavam.
“Fiquei muito nervosa, chorando, comecei a tremer, implorei para devolveram o meu celular. Me senti humilhada, diminuída, ninguém me dava atenção, suporte, e eu não tinha feito nada demais. Estava vestindo um calção com a barra dobrada. Estou sempre lá para o Grêmio, um amor infinito, e ninguém me ouvia”.
Thais, pós-confusão, foi orientada a ir no Juizado Especial do Torcedor para fazer um Boletim de Ocorrência, mas desistiu pela demora e pela sua condição emocional abalada. Então, rumou ao ônibus da excursão no aguardo da viagem de volta.
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Nota oficial do Grêmio
“A ordem de baixar o short não tem nenhuma relação com o Grêmio. Foi dada por uma monitora da Arena, com quem se deve pedir um esclarecimento.
A funcionária da Ouvidoria negou que tenha dito algo neste tom pejorativo para a torcedora. Segundo seu relato, questionou como poderia ajudá-la e a encaminhou e acompanhou até o Juizado do Torcedor para que ela registrasse o Boletim de Ocorrência.
Por fim, o Grêmio deve aprimorar a gestão com a Arena, no que tange às condutas e comportamentos dos orientadores, e dará retorno à torcedora assim que tudo for devidamente apurado.”
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Nota oficial da Arena
“A Arena do Grêmio informa que não existe nenhum protocolo repassado aos orientadores para que observe sobre vestimentas dos torcedores. Sobre o caso em questão, esclarece que existem várias versões diferentes, e na versão divulgada pela torcedora nas redes sociais existe uma série de inconsistências. Desta forma, estamos apurando mais detalhadamente para posterior nos posicionarmos”.