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Torcedor do Nacional-URU é preso por injúria racial durante Inter x Nacional

Homem foi flagrado imitando gestos racistas em direção à torcida colorada durante empate entre Inter e Nacional pela Libertadores

Durante o empate por 3×3 entre Internacional e Nacional-URU pela fase de grupos da Libertadores, um torcedor uruguaio foi preso em flagrante por cometer injúria racial no Estádio Beira-Rio. O homem, de 29 anos, foi identificado após imagens de celular mostrarem ele imitando gestos de macaco em direção à torcida colorada. As imagens, divulgadas pelo site GZH, foram fundamentais para identificar o ato racista.

Morador da cidade de Trinidad, a cerca de 800 quilômetros de Porto Alegre, o torcedor foi identificado graças ao alerta imediato de seguranças no estádio, que informaram a Brigada Militar. Após ser detido, ele foi encaminhado à delegacia responsável pelo caso, onde negou a intenção racista de seus gestos e argumentou que, em seu país, atos assim não são tratados como crime. Segundo informações da polícia, ele já possui antecedentes criminais no Uruguai pelo crime de receptação.

Segundo o delegado Vinícius Nahan, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, o homem demonstrou falta de compreensão sobre a gravidade da situação: “Ele comentou que no Uruguai isso não é crime e achava que também não seria no Brasil. Conversando com ele, ficou claro que ele não entendia a gravidade do que fez”.

O torcedor agora aguarda audiência de custódia, que decidirá se ele responderá preso no Brasil ou em liberdade. A legislação brasileira prevê pena de 1 a 3 anos para crimes de injúria racial, e, por ser estrangeiro, existe a possibilidade de ele cumprir a pena em território brasileiro.

Torcedor do Nacional-Uru é preso em Porto Alegre
Foto: Divulgação / 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre

A responsabilidade dos clubes e da Conmebol

O episódio evidencia a necessidade de ações mais rígidas por parte da Conmebol e dos clubes para combater o racismo em eventos esportivos. O delegado responsável pelo caso reforçou que atitudes como essa não têm espaço em qualquer sociedade e que punições exemplares precisam ser aplicadas: “Fez atos racistas, é cadeia. Aqui no Brasil, isso é crime, e quem comete precisa pagar pelo que fez. É fundamental que prisões sejam feitas para servir de exemplo”.

O Nacional-URU também está sob pressão para emitir uma nota oficial condenando a atitude de seu torcedor e reforçando medidas para evitar que episódios semelhantes voltem a acontecer.

Racismo no futebol: um problema persistente

Este não é um caso isolado. Mesmo com campanhas frequentes da Conmebol e dos clubes contra o racismo, gestos preconceituosos ainda são frequentes em competições sul-americanas. A responsabilidade não é apenas de quem comete o ato, mas também das instituições esportivas que precisam adotar medidas severas para evitar a perpetuação desse comportamento.

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