
Departamento de futebol vazio
Terça-feira foi de terremoto político no Beira-Rio. Dois dias depois de garantir a permanência na Série A ao vencer o Bragantino por 3×1 e contar com resultados paralelos, o Inter promoveu uma limpeza profunda no seu comando de futebol. Em poucas horas, três nomes considerados pilares da gestão deixaram seus cargos, abrindo um vácuo inédito na estrutura e deixando, de quebra, o futuro de Abel Braga ainda mais indefinido.
O primeiro movimento veio com José Olavo Bisol. O vice-presidente de futebol comunicou, por meio de uma longa carta divulgada nas redes sociais e depois reproduzida pelo site oficial do clube, que pediu desligamento do cargo ao Conselho de Gestão. Na nota, ele admitiu o peso de 2025, reconheceu falhas e falou em um dos anos mais desafiadores da história recente do Inter, alvo de críticas pesadas por eliminações, campanha ruim no Brasileiro e atritos públicos com a imprensa.
Horas mais tarde, foi a vez de o próprio Inter anunciar novas mudanças. Em comunicado oficial, o clube confirmou as saídas do diretor executivo de futebol, André Mazzuco, e do diretor esportivo, Andrés D’Alessandro, em etapa “alinhada ao processo de reorganização do setor para a temporada de 2026”. No caso do argentino, ídolo histórico, o Colorado frisou que a decisão ocorre por “questões pessoais”, agradecendo a contribuição na conquista invicta do Gauchão de 2025 e na volta definitiva do elenco ao CT Parque Gigante.
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Inter esvazia cúpula do futebol e deixa Abel Braga em suspenso
Com Bisol fora e a dupla Mazzuco–D’Alessandro desligada, o núcleo político do departamento de futebol ficou, na prática, esvaziado. Hoje, acima do vestiário, resta apenas o presidente Alessandro Barcellos como figura de comando imediato, cenário que obriga o clube a redesenhar rapidamente o seu organograma para 2026, tanto na gestão do dia a dia quanto na definição de reforços e do próximo treinador.
No meio desse rearranjo, cresce o ponto de interrogação sobre Abel Braga. O técnico de 73 anos saiu da aposentadoria, assumiu o time nas duas rodadas finais, salvou o Inter do rebaixamento e repetiu mais de uma vez que não pretende seguir como treinador na próxima temporada. Em entrevistas após o 3×1 sobre o Bragantino, Abel deixou claro que a carreira à beira do campo segue encerrada, embora admita conversar sobre um eventual cargo diretivo, algo na linha de coordenador técnico.
Nos bastidores, a ideia inicial do clube era tê-lo justamente em uma função de coordenação ao lado de D’Alessandro, formando uma dupla de ídolos para comandar o futebol. As saídas em série, porém, mudam o tabuleiro. Abel já voltou ao Rio de Janeiro para descansar com a família e, segundo relatos de bastidores, fazia questão de manter o argentino no projeto. Sem Bisol, sem Mazzuco e sem D’Alessandro, a equação fica mais complexa e pode fazê-lo repensar uma permanência em Porto Alegre.
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Em meio a tantas perguntas, uma resposta tem data marcada. Na próxima sexta-feira, a partir das 11h, o presidente Alessandro Barcellos concederá entrevista coletiva para explicar as mudanças, detalhar os planos de reconstrução do departamento de futebol e, principalmente, indicar qual será o papel – ou se haverá papel – de Abel Braga na estrutura do Inter para 2026. E cada movimento, a partir de agora, terá impacto direto no torcedor que ainda tenta sair do susto da reta final de 2025.
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