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Taison desabafa sobre racismo e fala em sair da Ucrânia: “Vou conversar com o Inter”

O recente episódio de racismo no clássico entre Dinamo de Kiev e Shakhtar Donetsk cansou de vez Taison de estar na Ucrânia. Abalado pelo fato, no qual torcedores rivais imitaram sons de macaco em sua direção, o atacante brasileiro quer voltar para o Brasil e de preferência para o Inter.

Em entrevista concedida ao Globoesporte.com, o jogador descartou renovar mais uma vez com o Shakhtar, cujo vínculo vai até junho de 2021 e relembrou outra vez a injúria racial sofrida.

“Passei por um momento muito difícil, uma coisa que pensei que nunca passaria na vida. E não sou só eu quem passo. Muitas pessoas passam por isso no dia a dia. Você entra numa loja, e as pessoas te tratam mal por ser negro, por ser isso, por ser aquilo. Então eu passei o ato de racismo num país sou muito bem tratado. Não sou mal tratado na Ucrânia. Sou muito bem tratado por sinal. Estou há dez anos lá. Já tive proposta para ir embora, e o clube não me liberou. Então eu sinto que eles gostam bastante de mim. Mas aquele foi infelizmente foi o momento mais difícil da minha vida. Foi o momento que mais senti, e é algo que eu espero que ninguém passe mais. A gente só quer ser igual a todo mundo. Eu só quero que as pessoas parem disso ” é negro e branco”. Nós somos todos iguais. A gente não leva nada dessa vida. Não vamos levar nada que a gente conquistou aqui. A gente vai levar o que a gente deixa para as pessoas. Então, tirando isso, para mim o ano foi maravilhoso. Fui eleito o melhor jogador do país, recebi um prêmio de um ídolo mundial que é o Schevchenko. Espero que as pessoas parem dessas coisas de racismo, porque não levam a nada”, disse.

Taison reage ao ser vítima de racismo – Foto: Reprodução

Em uma eventual volta ao Brasil, o desejo é bem claro: voltar ao Inter e mostrar gratidão ao clube que abriu as portas do mundo do futebol para a sua carreira.

“Eu já falei para eles que este ano eu não vou mais renovar o contrato. Acaba este ano, e eu vou voltar para perto da minha casa, para perto da minha filha, que tem 12 anos, e eu não a vejo. Não passo aniversário com ela. Então está na hora de eu focar um pouco mais na minha família também. Focar, voltar paro Brasil, porque é muito tempo longe. Preferência vai sempre ser o Inter, porque foi um clube que me deu tudo. Eu saí do Progresso em 2005 na base e fui para o Inter. Foi o clube que me fez chegar ao profissional, me fez chegar à Europa. Então, no máximo, eu tenho que ter uma gratidão pelo clube, e é isso que eu vou ter. Mas não vai depender só de mim. Eu não sei como é que vai ser daqui até o ano que vem”, concluiu.

No início de 2017, mesmo planejando a inédita disputa da Série B, a direção do Inter manteve conversas para trazer Taison, mas, na época, o Shakhtar não só não o liberou como aumentou o contrato até 2021.

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