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Simon mantém opinião de que não foi pênalti, mas reforça amizade com Renato: “Temos ótima relação”

Reportagem do Zona Mista publica entrevista exclusiva com o ex-árbitro gaúcho Carlos Simon

Em sua coletiva de imprensa após Grêmio 1×1 Santos, na Arena, pela ida das quartas da Libertadores, o técnico Renato Portaluppi dedicou boa parte do tempo para questionar a opinião de Carlos Simon, que, durante a transmissão do Fox Sports, discordou da marcação do pênalti em bola no braço de Vinicius Balieiro, já nos acréscimos do 2° tempo – o lance gerou o empate de Diego Souza.

Nesta quinta-feira, a reportagem do Zona Mista realizou contato telefônico com o ex-árbitro gaúcho, que manteve a opinião de que não foi pênalti, se mostrou favorável ao uso do VAR e ainda ressaltou a ótima relação de amizade que tem com o treinador gremista:

Zona Mista: Simon, o Renato não concordou com a sua opinião de que não foi pênalti para o Grêmio contra o Santos. Como você recebeu as palavras dele?

Carlos Simon: Eu não ouvi a entrevista do Renato. Não fiquei sabendo. Saí da Fox ontem à noite após o jogo e hoje fiz duas partidas da Liga Europa. Passei o dia trabalhando e não vi.

ZM: Renato disse que é seu amigo e que você foi um dos maiores que ele viu apitar, mas que, se não foi pênalti no lance da bola no braço, as regras do futebol teriam mudado.

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CS: Em primeiro lugar, eu sou amigo do Renato, sim. Ele é um ídolo do Grêmio e um dos maiores jogadores da história do clube. E tem total direito de dar a opinião dele, discordar, concordar. Agora, eu dou as minhas opiniões baseadas naquilo que eu vejo e naquilo que eu entendo ser correto dentro do campo de jogo. Repito, eu respeito as opiniões diversas. Tem vezes que acontece de um ex-colega árbitro, que trabalhe em outra emissora, de ter uma opinião diferente. É normal. Eu fui árbitro e depois estudei jornalismo, me formei como jornalista e estou há 9 anos exercendo essa profissão como comentarista com muito respeito e coerência naquilo que eu vejo.

ZM: Você mantém a opinião de que não foi pênalti no lance da bola no braço do Vinicius, do Santos?

CS: Mantenho o que eu disse na transmissão. Eu não achei pênalti na jogada final do lance com o atleta do Santos. A ação do jogador do Santos indica um movimento final do braço se juntando ao corpo e na minha interpretação não seria para a marcação de penalidade.

ZM: No lance do Pinares com o Diego Pituca, você concordou com o vermelho para o jogador gremista inicialmente.

CS: É verdade. Em um primeiro momento, pela imagem inicial, dei esta opinião. Mas depois ficou claro que o jogador do Santos acabou entrando por cima na jogada. O árbitro recorreu ao VAR, verificou o lance e entendeu que deveria fazer a troca dos cartões. Ele acertou ao retirar o vermelho ao Pinares e dar o amarelo ao Pituca, do Santos. Não achei boa a arbitragem, não esteve no nível exigido para um jogo grande desta natureza entre dois times gigantes brasileiros.

ZM: Como é a sua relação com Renato? São amigos de longa data?

CS: Sim, com certeza. O Renato é meu amigo mesmo. Eu estou morando no Rio de Janeiro há algum tempo e já estive na casa dele, inclusive. Em outras vezes, também já nos encontramos na praia. Temos uma ótima relação. Tive a sorte de apitar o Renato jogando pelo Flamengo e depois ele como treinador do Grêmio. Como jogador do Grêmio não o apitei. Inclusive, no meu último Gre-Nal, naquela temporada de 2010, um empate em 2×2 no Olímpico, eu apitei e o Renato já era o treinador. Quando acabou o jogo, ele fez questão de vir até o centro do campo, me dar um abraço e dizer: “Simon, parabéns pelo teu jogo, tu teve um desempenho espetacular”. É uma lembrança que eu tenho comigo e eu e ele temos uma boa relação há bastante tempo.

ZM: A operação do VAR já não era para estar em estágio mais avançado, principalmente no Brasil?

CS: Falta treinamento. O que falta ao VAR é treinamento para que os árbitros possam se aperfeiçoar. É treinamento, repetição. Assim a ferramenta passa a ser melhor compreendida. Na Liga Europa ainda não tem, mas a gente já vê avanços nos jogos da Europa. Às vezes é um simples fio de cabelo que muda toda a história de um lance, e por isso a importância da tecnologia. Mas eu sou favorável ao VAR, sim.

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