Roth explica seu papel no título da Libertadores de 2010 e diz que Inter chegou ao Mundial como favorito

Mesmo classificado às semifinais da Libertadores de 2010, o Inter resolveu trocar a comissão técnica antes liderada por Jorge Fossati. No Vasco, foi buscar o velho conhecido da torcida gaúcha, Celso Roth, que foi o responsável por conduzir o clube nas vitórias sobre São Paulo e Chivas, faturando o bicampeonato da América.

Ao Globoesporte.com, Roth avaliou qual foi o seu verdadeiro papel dentro do tempo de trabalho que teve até as decisões do torneio:

“Minha contribuição é normal do treinador em toda a situação. O jogador tem a sua parte, treinador tem sua parte, direção tem sua parte. É uma coisa que todos trabalhamos para uma situação só. É igual. que o treinador tem que fazer seu trabalho, tem que ser entendido. Quando consegue fazer com que os jogadores o entendam, fica bem mais tranquilo. A possibilidade de conseguir é bem maior. Foi o que aconteceu”, disse, antes de falar da parte tática do time:

“Era um timaço. Tinha que arrumar um jeito de botar os três jogadores que estavam se destacando: Giuliano, Tinga e D’Alessandro. Esses três tinham que jogar. Então eu fiz o quê? Coloquei dois volantes, o Sandro e o Guiñazu, mais o Alecsandro na frente. Mas o time ficava com a bola o tempo inteiro sem profundidade. Essa profundidade veio com o Taison. Aí, infelizmente tinha que escolher um para sair. Quem eu escolhi? O melhor jogador da América. Veja se esse time não tinha qualidade técnica?! O Giuliano foi sacrificado, que era nosso 12º jogador. Dentro de uma simplicidade de fazer e juntar jogadores de qualidade técnica, tive essa felicidade de achar a maturidade do time tecnicamente e profundidade com o Taison”.

Bolívar ao lado de Pelé erguendo a taça do ano de 2010 – Foto: Divulgação

Roth relembra frustração no Mundial

A esperança pelo bi do Mundial se tornou frustração com a inesperada derrota de 2×0 para o Mazembe, do Congo, na semifinal – desde a remodelação do torneio, foi a primeira vez que um clube sul-americano ficou de fora da decisão.

Para o treinador, o Inter chegou como favorito e em igualdade de forças com a Inter de Milão, que ficou com o título:

“O torcedor do Inter tem imagem muito forte de ter ganho a primeira Libertadores e o Mundial juntos, quando ninguém esperava nada. Na segunda, tínhamos um time tão bom que fomos para o Mundial como favoritos, ou de igual força com a Inter de Milão. Todo mundo tinha certeza que o Inter ia chegar à final do Mundial. Quando não chega, frustra. A frustração leva a esse tipo de sentimento. Não ganhou, não chegou à final do Mundial, a Libertadores não valeu tanto quanto a primeira”, comentou.

Sem clube desde que dirigiu o Inter no meio de 2016, ano do inédito rebaixamento, Roth ainda espera trabalhar no futebol:

“Eu sou jovem. Tenho muito tempo pela frente ainda. É um tempo importante para reflexão, para aprendizado, para que a gente possa refletir sobre esse momento. Faz com que todos nós tenhamos valorização maior ainda pela vida e pela profissão que a gente tem. Se tudo correr bem, as coisas devem estar normalizadas até o final do ano ou metade do ano que vem. E tudo volta ao normal, até a jogarmos e nos encontrarmos de novo. Aí, as coisas mudam”, disse o profissional de 62 anos.

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