Entidades vinculadas à defesa das pessoas com deficiência se manifestaram contra as recentes falas do técnico Renato Portaluppi, especialmente pelo emprego da expressão “débil mental” ao se referir ao presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg-RS), Rogério Amaral, depois da vitória sobre o São Paulo por 2×1 na Arena. Relembre a fala do treinador:
“Não tenho problema algum na imprensa nacional. O meu problema é com a imprensa daqui, com a aldeia. Os daqui acham que são intocáveis. Esse tal de Rogério Amaral, presidente da Aceg-RS. Esse é um idiota, um débil mental, pela nota que ajudou a escrever. Sabe por que você é um idiota?”, iniciou.
“No caso do ano passado no Beira-Rio, com um cidadão brigando em campo com criança no colo, hoje ele é associado da Aceg-RS. Quem é o idiota da história? Você é o delinquente. Por favor, me processe, vou te processar também. E aí você quer soltar notinha? Seja homem, não se esconda, assuma a responsabilidade”, disparou Renato, neste domingo.
Reação à fala de Renato
Em contato com o site GZH, representantes do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Apae apontaram a expressão utilizada por Renato Portaluppi como ultrapassada.
“Você está ofendendo utilizando a deficiência de uma pessoa, considerando que uma pessoa com deficiência intelectual é uma pessoa sem qualificação. É a mesma coisa que alguém me chamar de aleijado, já que sou cadeirante. A única forma de se dirigir a uma pessoa com deficiência é falar “pessoa com deficiência”, não mais “portadora de deficiência”. A coisa mais importante é a pessoa, e ela tem como característica uma deficiência. E isso não a rebaixa. Isso ofende o repórter e pode ofender a pessoa que está escutando”, avaliou Nelson Khalil, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coepede).
“Débil mental era uma pessoa com dificuldades em seu desenvolvimento intelectual ou mental. O termo em si é pejorativo, depreciativo, preconceituoso e totalmente ultrapassado. Usar esse termo vem a prejudicar a imagem das pessoas com deficiência. O que necessitamos é uma sociedade com maiores esclarecimentos, empatia e equidade, evitando a desinformação e a disseminação do que está incorreto”, apontou Luciane Beck, diretora de uma das duas unidades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Porto Alegre