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Quase um gol por jogo: números de Carlos Vinícius disparam e pressionam Braithwaite para 2026

Centroavante termina Brasileirão em ritmo de um gol por jogo e abre debate sobre quem será o titular do Grêmio em 2026

BOLA NA REDE

O Brasileirão 2025 terminou com o Grêmio em alta e com um protagonista claro no comando de ataque. Na goleada por 4×0 sobre o Sport, na Ilha do Retiro, Carlos Vinícius marcou duas vezes, comandou o resultado e confirmou a vaga tricolor na Copa Sul-Americana de 2026.

Contratado em 23 de julho, após deixar o Fulham, o centroavante chegou cercado de desconfiança por estar sem sequência de jogos, mas rapidamente virou solução. O anúncio oficial do clube confirmou vínculo até dezembro de 2026 e apontou a chegada de um jogador com rodagem por grandes ligas europeias.

A resposta em campo veio em pouco tempo. Carlos Vinícius marcou em Gre-Nal, decidiu contra o São Paulo com dois gols na Arena e teve atuação de gala no hat-trick diante do Juventude, em vitória por 3×1 pelo Brasileirão. Mesmo com uma lesão muscular no clássico contra o Inter, da qual precisou se recuperar, retomou espaço e chegou ao fim do campeonato em seu melhor momento.

De acordo com levantamento do perfil estatístico R10Score, baseado em dados de scout de desempenho, Carlos Vinícius encerrou o Brasileirão com 14 jogos, 12 gols e 1 assistência, totalizando 13 participações diretas em gols. Isso representa média próxima de um gol por partida, algo em torno de 0,86 gol por jogo, número que ajuda a explicar a sensação de “um gol a cada jogo” passada ao torcedor.

O impacto fica ainda mais evidente quando se considera o recorte de tempo. Como mostrou o próprio Zona Mista, o atacante jogou apenas o segundo turno do campeonato e, mesmo assim, fechou como artilheiro do time e 6º goleador geral do Brasileirão, com 12 gols anotados.

Antes mesmo da rodada final contra o Sport, o ge havia destacado que Carlos Vinícius igualou uma marca importante: os 10 gols em 13 jogos que Luis Suárez havia conseguido em seu início pelo clube em 2023. Com os dois gols em Recife, o brasileiro ultrapassou o uruguaio nesse recorte inicial, reforçando a comparação inevitável com o ex-camisa 9 tricolor.

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Números de Carlos Vinícius mudam o desenho do ataque do Grêmio

Se a reta final de 2025 teve o “Vini da Pose” como dono da área, é porque o contexto abriu espaço para isso. Martin Braithwaite, até então principal referência ofensiva da equipe, precisou passar por cirurgia no tendão de Aquiles do pé esquerdo em setembro e recebeu previsão de seis meses de afastamento, com retorno apenas em abril de 2026.

Até a lesão, o dinamarquês somava 18 jogos e 6 gols pelo Brasileirão, segundo números da ESPN, além de 15 gols em 35 partidas na temporada somando todas as competições, patamar que o colocava como artilheiro geral tricolor até a chegada de Carlos Vinícius. A cirurgia interrompeu essa sequência e abriu espaço definitivo para o brasileiro assumir a posição.

Com a explosão do ex-jogador de Benfica e Fulham no segundo turno, o cenário para 2026 ganhou contornos de disputa pesada pela camisa 9. De um lado, um centroavante já adaptado ao Brasil, forte fisicamente, capaz de atacar espaço, brigar com zagueiros e finalizar com eficiência. De outro, um atacante europeu experiente, com boa leitura de jogo, capacidade de associação e histórico de liderança técnica no elenco.

Na teoria, existe espaço para os dois atuarem juntos em várias plataformas táticas. Um desenho com dois centroavantes, em um 4-4-2 mais clássico, permitiria Braithwaite recuar um pouco para trabalhar apoios, deixando Carlos Vinícius mais próximo da área. Outra alternativa seria usar o dinamarquês abrindo pelo lado, funcionando quase como segundo atacante, com liberdade para pisar na área, enquanto o brasileiro mantém a referência central.

O desafio está no equilíbrio sem a bola. Para sustentar dois centroavantes em campo, o Grêmio precisaria de um meio-campo com alta capacidade de pressão e recomposição, além de laterais disciplinados defensivamente. Mano Menezes, ou quem estiver no comando em 2026, terá que decidir se vale sacrificar um homem de meio para manter a dupla ou se prefere preservar o modelo com apenas um nove e pontas rápidos.

Por enquanto, porém, a hierarquia é simples: Carlos Vinícius terminou o ano como artilheiro do time, 6º goleador do Brasileirão, decisivo em jogos grandes, autor de hat-trick, gols em Gre-Nal e dois na partida que carimbou a vaga na Sul-Americana com o 4×0 sobre o Sport. Quando Braithwaite voltar, a tendência é que precise recuperar espaço aos poucos. O “novo nove” já mostrou que não pretende largar o posto tão cedo — e o torcedor gremista entra em 2026 com um dilema de luxo no ataque.

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