Em recente entrevista concedida ao jornalista Leonardo Meneghetti, o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, se disse contra as demissões de treinadores, que são práticas recorrentes há muitos anos no futebol brasileiro. Desde 2021 no cargo, ele teve sete treinadores no clube e garante que, com alguns deles, tentou ao “máximo” insistir na permanência.
“O futebol brasileiro é imediatista. Eu, por mim, não trocaria de treinador. As convicções na hora de contratar o técnico não são apenas do presidente. Existe um Conselho de Gestão e são feitas avaliações dos profissionais. Com exceção do Mano Menezes, a gente sempre entrevistou, buscou informações e olhou para o que queríamos no momento”, disse Barcellos, antes de ampliar:
“As mudanças de treinadores aconteceram porque os resultados não vieram. Quando você sente que não tem resultado e aderência com o elenco, você precisa mudar. Você acerta quando ganha. Aí tem a tranquilidade de que as coisas estão funcionando. Mas não é uma lógica apenas do Inter, é do futebol brasileiro. Temos que trabalhar para mudar. Mas muda, ganhando. Se ganhar tem estabilidade. Como é uma empresa? Se os funcionários estão indo mal, tu demite e bota outros”.
Na continuidade da resposta, o presidente colorado citou até uma situação envolvendo Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza, que é um dos treinadores com trabalho há mais tempo no Brasil:
“É um defeito que eu tenho, inclusive. Que é de tentar manter o treinador ao máximo para ver se ele consegue reagir. Eu já vi casos importantes que reagiram no Brasil. Vou dar um exemplo: Vojvoda, no Fortaleza. Eu converso muito com o presidente do Fortaleza. Ele estava angustiado com o que fazer, mas deixou o trabalho seguir. Isso há dois anos. Com o Mano, eu tentei o máximo, é um grande treinador, mas infelizmente não deu certo. Da mesma forma com o Coudet”, encerrou.
Treinadores de Alessandro Barcellos como presidente do Inter:
2021 – Abel Braga, Miguel Ángel Ramírez e Diego Aguirre
2022 – Cacique Medina e Mano Menezes
2023 – Mano Menezes e Eduardo Coudet
2024 – Eduardo Coudet e Roger Machado