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Pezzolano vem ao Brasil ouvir o Inter e tenta evitar novo “caso Watford” na carreira

Inter tenta seduzir Pezzolano com “projeto sólido” após turbulência no Watford

O Inter avançou nas conversas com Paulo Pezzolano para assumir o comando técnico em 2026 e tenta convencer o uruguaio com um “projeto sólido”, exatamente o que ele diz buscar depois da passagem turbulenta pelo Watford, na Inglaterra.

Em entrevista ao programa Mañana de Fútbol, da Rádio El Espectador, do Uruguai, repercutida pelo portal No Ataque, o técnico de 42 anos admitiu que negocia com o Colorado, falou em “interesse muito forte” por parte do clube e revelou que viajará ao Brasil para seguir tratando do tema, ao mesmo tempo em que ainda avalia propostas da Europa.

Como destacou o Zona Mista nesta quarta-feira, na conversa com os jornalistas uruguaios, Pezzolano deixou claro que enxerga o Inter como um passo importante na carreira. Ele classificou o clube como “grande” e “com muita história”, afirmou que as partes “estão conversando” e que existe um interesse forte para que o acordo aconteça, mas frisou que ainda precisa analisar o projeto como um todo antes de dar a palavra final. Em outro momento da entrevista, o treinador confirmou a viagem: disse que, já nesta sequência, virá ao Brasil para conhecer melhor o cenário e discutir os detalhes do possível trabalho no Beira-Rio.

Ao mesmo tempo em que abre a porta para o Inter, Pezzolano lembrou que também tem alternativas no mercado europeu e deixou claro seu critério atual: mais do que salário, busca um clube com ambiente estável, calendário competitivo e condições de disputar títulos. Em declarações recentes à ESPN, o uruguaio contou que recusou ofertas financeiramente mais vantajosas de clubes do Oriente Médio e de outros mercados justamente por não enxergar um projeto sólido, reforçando que, aos 42 anos, precisa “acreditar no projeto” e trabalhar num lugar em que possa ficar mais tempo, crescer e aprender.

Projeto no Inter e pressão após o “não” de Tite

Do lado colorado, a procura por Pezzolano é consequência direta do “não” de Tite. Depois de ser prioridade da direção e de receber ligação de Abel Braga, o ex-treinador da Seleção Brasileira optou por aceitar a proposta do Cruzeiro, que anunciou seu nome para substituir Leonardo Jardim. Com isso, o Inter voltou o foco para alternativas estrangeiras e passou a tratar o uruguaio como alvo principal para 2026, ao lado de Eduardo Domínguez, do Estudiantes, conforme publicaram veículos como GZH, CNN Brasil e Band.

Para fortalecer a negociação, dirigentes do Inter já viajaram ao Uruguai para discutir valores com Pezzolano, num movimento considerado de negociações avançadas, enquanto o presidente Alessandro Barcelos trabalha com um prazo curto para definir o novo comandante. A ideia é anunciar o treinador ainda nesta semana para que a comissão técnica participe da montagem do elenco, da utilização da base no Campeonato Gaúcho e do planejamento de uma temporada que começará cedo, com calendário apertado e adversários pesados nas rodadas iniciais do Brasileirão.

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O que aconteceu no Watford e por que o uruguaio não quer repetir a experiência

Um ponto central para entender o discurso cauteloso de Pezzolano é a sua última experiência na Europa. Ele foi contratado pelo Watford em maio, disputou apenas dez jogos oficiais, somou três vitórias, três empates e quatro derrotas – desempenho de 40% de aproveitamento – e acabou demitido em outubro, no trabalho mais curto da carreira. A passagem foi marcada por ambiente de muita pressão e, segundo reportagens do Guardian e de veículos especializados, por queixas internas da sua comissão sobre interferências externas e questionamentos recorrentes da diretoria em relação à escalação, especialmente envolvendo jogadores ligados a um agente específico.

Em entrevista recente à ESPN, o treinador classificou a experiência na Inglaterra como “curta, mas muito boa” do ponto de vista de aprendizado, e citou questões extracampo como determinantes para a saída precoce. Pezzolano afirmou que, depois de passar por ligas diferentes e clubes de estruturas variadas, se sente obrigado a “escolher bem” o próximo passo, justamente para não voltar a se ver num contexto em que fatores externos pesem mais do que o trabalho de campo.

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