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Perea despista sobre culpado do vice em 2008 e relembra avalanche no Olímpico: “Torcida apaixonada”

Dos três gols em noite mágica contra o Figueirense ao apreço pela torcida do Grêmio, passando pela perda inacreditável do título brasileiro de 2008 com 11 pontos de vantagem, Edixon Perea tem muito a falar sobre a sua passagem pelo tricolor gaúcho. Em 2016, o colombiano se aposentou atuando pelo América de Cali depois de uma forte pneumonia e deu fim a uma trajetória importante no futebol. Carregado de histórias, ele é o entrevistado da vez no Zona Mista.

Zona Mista: Quando você lembra do Grêmio e do seu período em Porto Alegre, quais as melhores lembranças?

Perea: São as melhores lembranças, porque acho que foi a minha melhor experiência fora do meu país. Dentro de toda a minha carreira, essa foi a melhor experiência. A cidade, as pessoas gaúchas, especialmente as pessoas que naquela época estavam no clube. Então acho que quando a gente tem uma experiência boa, a gente sempre lembra da melhor maneira. Para mim, ter jogado no Grêmio foi uma das melhores experiências da minha carreira.

ZM: Em 2008, o Grêmio chegou a abrir 11 pontos de vantagem para o São Paulo na liderança do Brasileirão, mas perdeu o título. O que você acha que aconteceu naquele momento?

P: Foi uma experiência muito difícil para nós naquele momento. Estávamos jogando muito bem e conseguimos abrir esses 11 pontos do São Paulo, que era um grande time e era o time que estava nos perseguindo. Não conseguimos manter tudo aquilo que vínhamos fazendo no primeiro turno durante o segundo, infelizmente. Vacilamos um pouco e terminamos perdendo aquele campeonato. Para nós, foi muito difícil. Foi um golpe muito duro para nós jogadores e para todo o torcedor gremista.

ZM: Recentemente, o seu ex-colega Souza colocou a culpa da perda do título do Brasileirão de 2008 na “teimosia” do técnico Celso Roth. Você concorda? O técnico Celso Roth teve responsabilidades?

P: É uma pergunta difícil para mim. Eu apenas gostaria de dizer que o nosso time começou muito bem o torneio, correndo, lutando, sacrificando muito. Depois acho que… bom, o Brasileirão é muito, mas muito longo, sabe? Então, acho que nenhum time no mundo conseguiria manter o mesmo ritmo futebolisticamente falando. Aconteceu que a gente não conseguiu manter esse ritmo inicial, que mostramos no primeiro turno. E até uma parte do segundo. Mas penso que não adianta falar que o culpado foi o Celso Roth. Acho que a culpa vai para todos. Todos nós treinávamos bem, tentávamos fazer tudo que o treinador pedia. Não vejo Roth culpado. Culpados somos todos nós que não conseguimos manter o ritmo para ganhar aquele Brasileirão.

ZM: O seu melhor jogo foi aquele que você fez 3 gols contra o Figueirense? Que lembranças tem daquela noite?

P: Acho que um dos melhores jogos que fiz com o Grêmio, com certeza. Conseguimos ganhar de 7×1 em cima do Figueirense. Fiz três, dei passe para os companheiros. Mas acho que fiz outros jogos bons também. Claro que esse se destaca mais pelo fato de eu ter feito três gols. O time jogou muito bem. Não é fácil fazer sete gols fora de casa.

ZM: Você tinha vontade de ficar mais tempo no Grêmio? Por que acabou saindo do clube para jogar no Las Palmas em 2010?

P: Olha, cara. Sim. Sim, eu tinha muita vontade. Vontade mesmo de ficar. Se fosse por mim, eu teria ficado por muito tempo. Só que quando não vem os resultados a diretoria toma as decisões. Infelizmente, tive que sair do clube. Mas repito que, se fosse por mim, eu teria ficado muitos anos no clube. Eu sentia muito carinho pelo clube e a torcida também gostava muito de mim. Quando tem uma sintonia dessas no futebol, a gente sempre vai querer ficar em um lugar assim.

ZM: Sente saudades da torcida gremista?

P: Uma torcida apaixonada. Uma torcida que sempre vai com o desejo de ver o time ganhar. Dentro da minha carreira, teve duas torcidas que para mim são as duas melhores. A torcida do Atlético Nacional, do meu país, e a do Grêmio. São apaixonadas pelo time. Sempre onde o time joga eles estão presentes. Gostei muito da torcida gremista. Lembro daquele tempo da “avalanche”. Quando a gente fazia um gol, vinha toda aquela avalanche de pessoas pra baixo no Olímpico. Isso é muito legal para qualquer jogador. A torcida gremista é muito, muito, muito boa, cara – ouça a declaração sobre a torcida:

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