Pode até parecer mentira, mas foi o Grêmio quem deu uma importante “ajuda” para o Inter obter as suas maiores glórias da história no ano de 2006. Essa é a análise de Mano Menezes, então técnico gremista na época, que relembrou em live com o jornalista Duda Garbi, da RBS, o título do Gauchão daquela temporada.
Apontado como o franco favorito, o Inter perdeu a taça em casa para o Grêmio ao empatar em 1×1. O tricolor levou a melhor no saldo qualificado. A partir da derrota, o técnico Abel Braga fez mudanças no colorado como as entradas de Jorge Wagner, Alex e Rafael Sobis no time.
“Havia uma desconfiança muito grande e uma diferença técnica importante entre as equipes. O próprio torcedor gremista não queria disputar aquela final, pois temia levar uma goleada do Internacional. E eu sabia que do jeito que vínhamos jogando, não teríamos chances de vencê-los. Lembro que, na semana do primeiro jogo, o Alessandro estava indo treinar com o time reserva, porque não tinha jogado na partida anterior. Chamei ele e falei que pensava em usá-lo na linha de meias. Um 4-1-4-1. Ele topou e treinou assim. Tinha uma origem como meia e poderia fazer essa função. Ninguém deu bola para o treinamento, porque eram reservas, era o Sub-20 e ninguém imaginaria mesmo que dali sairia algo para o Gre-Nal. E, no Olímpico, no jogo de ida, entramos com ele no meio. Ele foi expulso em briga com o Fabiano Eller”, recordou Mano.
A opção de jogar com um segundo lateral na linha de meias foi mantida no Beira-Rio, jogo em que Pedro Jr fez o gol do título gremista.
“No jogo da volta no Beira-Rio, fizemos a mesma coisa com o Wellington, lateral-esquerdo, do outro lado. De novo, dois laterais. E conseguimos o título. Arrisco a dizer que esse título do Grêmio deu a conquista da Libertadores para o Inter. Porque ali o Abel Braga, dentro da sua competência, fez os ajustes necessários e as mudanças que deveria fazer. Aquele foi um título que mostra que uma equipe organizada, bem determinada, pode superar uma dificuldade contra um time superior”.