
O ex-presidente Paulo Odone ocupou a cadeira mais importante do Grêmio em um dos anos mais desafiadores da história do clube. Após o traumático rebaixamento de 2004, ele assumiu a presidência e uma das suas primeiras medidas foi anunciar o ex-zagueiro Hugo De León como treinador, além de Mário Sérgio como executivo de futebol. Mas a dobradinha não deu certo e precisou ser desfeita antes mesmo do começo da Série B.
Odone relembrou detalhes da época em nova entrevista ao jornalista Duda Garbi e admitiu ter errado na escolha de De Léon, absolvendo-o dos maus resultados iniciais da temporada. O ex-dirigente admite que o uruguaio não tem com ele uma relação de admiração depois de tudo que aconteceu:
- Mano Menezes admite que esperava mais do Grêmio e lamenta 2° lugar: “Esteve na nossa mão”
-
Grêmio brinca após torcedor gremista aparecer em vitória de João Fonseca: “Vou estar lá”
“Trouxemos o Mário Sérgio e aí precisávamos escolher um treinador que conhecesse os jogadores e que também colocasse respeito. Veio a lembrança: precisamos de um campeão mundial. E o Mário Sérgio lembrou do De León. A gente o trouxe, mas a imprensa criticou porque ele não conhecia o futebol brasileiro, o futebol gaúcho e que seria um horror. Entendíamos que o futebol estava globalizado, com TV, internet, era como se ele estivesse aqui antes. Mas não era”, relembrou Odone.
“E é a primeira vez que eu falo sobre isso, porque ele tem horror de mim. E eu absolvo esse argumento dele. Ele veio, ganhou um balaio de jogadores desencontrados, era início de janeiro, no dia 20 jogaríamos com o Caxias e não tínhamos time. Foi uma loucura. Antes da Série B, fomos jogar com o Fluminense no Rio de Janeiro e foi um desastre. Tomamos o vareio. O coitado do De León recebeu um encargo que ele não merecia. Recebeu jogadores que ele não conhecia, que não tinha informação alguma e foi assim tateando. Mas não dava tempo para isso. Ou ficaríamos na segunda divisão de novo”, finalizou.
Sem De Léon, Mano Menezes foi contratado e realizou toda a campanha na Série B, que foi terminar com a épica Batalha dos Aflitos em vitória de 1×0 sobre o Náutico, com gol de Anderson, que garantiu o título ao Grêmio.