
Sujeito de bom trato, habilidade com as palavras e, por que não, classe em campo, Tcheco saiu de si na Arena da Baixada, em 2007, pelo Brasileirão, durante a derrota de 2×0 do Grêmio para o Athletico, que na época ainda era apenas Atlético-PR. Expulso na partida, o capitão gremista do time treinado por Mano Menezes se revoltou com uma provocação e tentou partir pra cima de Mário Petraglia, tradicional dirigente do Furacão e presidente do Conselho do clube.
O antigo meia relembrou a história com riqueza de detalhes em live com o jornalista do Grupo RBS, Duda Garbi, nesta quarta-feira. Segundo Tcheco, aquele foi um dos dias de toda a sua vida que ele mais perdeu a “linha de raciocínio”.
“Eu acabei sendo expulso e deixei o campo atrás do gol pra matar tempo. Tem um protocolo até hoje no Grêmio que o jogador expulso é sempre acompanhado pelo segurança Fernandão. Eu estava muito irritado. Foi um dos dias da minha vida que eu mais perdi a linha de raciocínio. Fiquei cego. O vestiário da Arena da Baixada na época era como é atualmente a Arena. Um saguão e depois os dois vestiários de cada lado. Estou indo com o Fernandão pro lado do Grêmio e aparece o Petraglia gritando pra mim na outra porta: “Seu coxinha de m…, jogadorzinho, vou acabar com a tua carreira”. Porque eu tinha uma história no Coritiba. Nisso, eu fiquei possuído. Ele falou e logo fechou a porta. Eu me separei do Fernandão e fui correndo. Só que eu estava com aquelas chuteiras de trava e escorreguei, caí no chão. Aí veio seguranças do Athletico pra me segurar. Teve um deles que até rasgou minha pele puxando, tenho marca até hoje”, relembrou Tcheco.
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Não foi só Tcheco que brigou
O ex-capitão relembrou provocações feitas por jogadores do time paranaense, que usaram como trunfo a derrota ainda recente do Grêmio para o Boca Juniors na decisão da Conmebol Libertadores do mesmo ano. Aquela noite também marcou a briga de Eduardo Costa com Claiton, que saiu de campo gritando “chocolate” e levou uma voadora do gremista pelas costas.
Tcheco, Eduardo Costa e Claiton precisaram prestar depoimentos à polícia no fim da partida – relembre mais detalhes na reportagem feita na época pelo Globoesporte.com.
“Começou dentro do campo. Depois que fizeram 2×0, a torcida começou com “olé”, aquela coisa toda. Fazia umas duas ou três semanas que tínhamos perdido a final da Conmebol Libertadores para o Boca. Aí alguns jogadores deles começaram a falar pra nós “olha o Riquelme aí”, “olha o Palermo” e aquilo foi irritando. O Eduardo Costa ficou maluco também. Na saída, ele esperou atrás de um pilar e quando apareceu o Claiton ele foi pra cima”, completou o ex-capitão.
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Treinado por Mano Menezes, aquela equipe gremista não conseguiu a vaga para a Conmebol Libertadores de 2008. O técnico deixou o clube na virada de ano rumo ao Corinthians e Vagner Mancini abriu o ano no tricolor, mas logo foi trocado por Celso Roth.