
O que à primeira vista pareceu um gesto nobre de um torcedor apaixonado — com recursos e coração suficientes para ajudar o clube — revelou-se uma das jogadas mais audaciosas da história recente do futebol brasileiro e também do mundo corporativo. Marcelo Marques, empresário gaúcho e presidente da Marquespan, adquiriu os direitos de gestão da Arena do Grêmio por R$ 130 milhões e anunciou que o ativo seria doado integralmente ao clube, sem esperar nada em troca.
Esse movimento, ao mesmo tempo emocional e visionário, não apenas fortaleceu o Grêmio institucionalmente. Ele também reposicionou a Marquespan como uma marca com propósito, pertencimento e narrativa.
O ato nasceu da paixão gremista e da vontade genuína de contribuir com o time do coração. Mas por trás do gesto está também um movimento estratégico de raro brilhantismo. Afinal, por que alguém pagaria essa quantia para entregar de bandeja um bem tão valioso? Talvez a pergunta certa seja: “Por que ele pediria de volta os R$ 130 milhões, se sua marca já começou a se multiplicar e a render muito mais do que isso?”
De padeiro a gestor de arena: quem é Marcelo Marques?
Marcelo Marques é figura conhecida no mundo empresarial do Sul do país — e cada vez mais no cenário nacional. Presidente da Marquespan, com sede em Gravataí, lidera o que hoje é considerada a maior fabricante de pão francês do mundo, com mais de 5 mil funcionários e uma frota de 600 caminhões. Mas sua ligação com o Grêmio vai muito além das padarias.
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Em 2023, foi um dos articuladores silenciosos da chegada de Luis Suárez ao clube, agindo como mecenas do futebol — sem buscar holofotes. Fundou o movimento “O Grêmio é Nosso”, como oposição ao modelo de SAF que muitos desejavam implementar. Um torcedor raiz, um empresário visionário, e agora, o homem que comprou a casa tricolor.
A compra da Arena – R$ 130 milhões por paixão e estratégia
A transação oficial aconteceu em julho de 2025. Marcelo Marques negociou com as empresas Revee e Arena Porto-Alegrense, gestoras do estádio desde 2012, e sacramentou o acordo com os seguintes termos:
- R$ 50 milhões à vista pela gestão imediata.
- R$ 80 milhões para quitar dois terços das dívidas do financiamento.
- Transferência completa da operação ao Grêmio até o final de 2025.
A Arena passará a ser 100% gerida pelo clube a partir de 2026, encerrando uma novela jurídica e contratual que se arrastava por mais de uma década. Marcelo não esperará reembolso nem retorno comercial. “É uma doação do torcedor para o clube,” disse em coletiva.
Uma marca que fermenta reputação – o impacto na Marquespan
Por trás do gesto, há um fenômeno de marca em ascensão. Se antes a Marquespan era referência em logística e panificação, hoje é um símbolo emocional do torcedor gremista. E esse sentimento vale ouro.
1. Branding emocional
A associação com o Grêmio e a Arena posiciona a Marquespan como marca que entende e valoriza sua comunidade. Em tempos em que consumidores buscam propósito, a empresa passa a representar não só sabor, mas identidade cultural.
2. Visibilidade espontânea
A compra gerou cobertura massiva nos principais veículos esportivos e de negócios. Não houve necessidade de campanhas pagas — o nome “Marquespan” passou a estampar manchetes, sem investir um centavo em mídia.
3. Narrativa poderosa
Empresas sonham em ter uma história que toque corações. A Marquespan agora tem: “o pão que vem da casa tricolor”, “a marca que comprou a Arena”, “o padeiro que virou herói”.
Estratégia sem publicidade – por que Marcelo encerrou parcerias comerciais?
Em paralelo à compra, Marcelo Marques encerrou parcerias publicitárias com influentes do futebol e com clubes patrocinados. A decisão surpreendeu, mas tem lógica estratégica: ele não precisa mais comprar atenção — sua história é a publicidade.
Ao parar de investir em mídia convencional, Marcelo sinaliza que a Marquespan já atingiu um patamar de autoridade e relevância orgânica. Não é sobre economizar recursos, mas sobre reposicionar a marca como legítima e espontânea.
Retorno invisível – muito além dos R$ 130 milhões
Especialistas em branding afirmam que um investimento como esse pode gerar múltiplos efeitos colaterais positivos, entre eles:
- Aumento expressivo de vendas, especialmente no Sul, onde a paixão pelo Grêmio é visceral.
- Fidelização emocional de consumidores que agora compram pão com “orgulho tricolor”.
- Expansão nacional por meio da história — o “case do empresário que comprou o estádio” já circula em universidades, eventos e fóruns empresariais.
- Reposicionamento institucional como marca engajada socialmente, algo que atrai parceiros, fornecedores e novos negócios.
Há quem diga que a Marquespan já dobrou de patamar desde o anúncio da compra. Isso explicaria a lógica implícita: por que Marcelo pediria que o Grêmio lhe devolvesse os R$ 130 milhões se a sua marca já está ganhando múltiplas vezes esse valor em reputação, vendas e influência?
Torcida vibra – Marcelo se transforma em ícone tricolor
Assim que a notícia da compra foi confirmada, gremistas organizaram vigílias, festas e homenagens ao empresário. Faixas com frases como “Obrigado, Marcelo!” e “O Grêmio é Nosso!” surgiram nas arquibancadas, redes sociais e até em panificadoras.
O gesto é considerado por muitos como o maior ato de amor individual ao clube desde sua fundação, e consolidou Marcelo como favorito nas eleições do Grêmio, previstas para o segundo semestre de 2025.
Empreendedor com propósito – o novo perfil empresarial
Marcelo não apenas ajudou seu clube — ele redefiniu os padrões do que significa ser empresário no Brasil. Alinhou paixão, responsabilidade social e estratégia de marca como raramente se vê no mundo dos negócios.
Se antes o mundo corporativo valorizava o “retorno sobre investimento”, hoje começa a valorizar o “legado sobre investimento”. E nesse quesito, Marquespan caminha para se tornar uma das marcas mais amadas do país.
Futuro da Arena e da marca – independência, engajamento e crescimento tricolor
Com a gestão em mãos e o clube pronto para assumir a operação, a Arena do Grêmio pode se tornar:
- Uma fonte de receita anual entre R$ 50 a R$ 100 milhões para o clube.
- Uma plataforma de engajamento comunitário, com eventos, ações sociais e ativação de marcas locais.
- Um símbolo de independência e paixão tricolor, agora nas mãos da torcida.
A Marquespan, por sua vez, deve continuar surfando essa onda de reconhecimento, confiança e expansão. E tudo isso veio com uma única ação: comprar a casa tricolor e entregá-la de volta ao povo.
Conclusão – Marcelo comprou um estádio, mas ganhou muito mais
A Arena foi comprada por R$ 130 milhões, mas o valor gerado ultrapassa qualquer cifra. Marcelo Marques entregou um presente ao Grêmio e, sem querer — ou com genialidade estratégica — acabou presenteando sua própria marca com uma história que será contada por gerações.
Porque no fim das contas, quem precisa de R$ 130 milhões de volta quando sua marca acaba de entrar para o coração de milhões?
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