Mobilização? Como um áudio de Alan Ruschel, pós-acidente, irritou Lisca no Inter de 2016

Buscando formas de mobilizar o time antes do fatídico jogo contra o Fluminense fora de casa, o último do Brasileirão de 2016, algum membro do departamento de futebol do Inter – que Lisca não descobriu quem era – teve a ideia de rodar aos jogadores um áudio do lateral Alan Ruschel, ainda em recuperação do grave acidente aéreo da Chapecoense que matou 71 pessoas.

O acidente ocorreu no dia 29 de novembro e o jogo no interior do Rio de Janeiro já foi em 11 de dezembro, e Lisca, treinador do Inter no mandato-tampão da época, recordou que o jogador “mal conseguia falar”, o que gerou ainda mais carga negativa para o time do Inter.

“No último jogo lá contra o Fluminense, eu não sei quem teve essa ideia. Mas foi uma ideia muito, mas muito negativa, cara. Não passou por mim, mas botaram um áudio do Alan Ruschel no vestiário. O Alan mal conseguia falar. E o efeito foi negativo. Alguém tentou dar uma motivada com a fala do Alan, mas eu não fiquei sabendo disso, sinceramente. Eu não sei quem botou, mas não foi legal. Era um momento para esquecer a Chapecoense, para não lembrar da Chapecoense. E na hora que fomos entrar em campo, os caras lembraram disso”, frisou Lisca em entrevista ao canal Vozes do Gigante.

A decisão de rodar o áudio de Alan – que pertencia ao Inter, estava emprestado à Chape e foi o primeiro jogador sobrevivente à queda da aeronave – passou por cima da anuência do próprio treinador. Lisca garante que não permitiria caso soubesse antes.

“Eu fiquei “buzina” com isso. Normalmente nos clubes que eu dirijo isso jamais aconteceria sem a minha autorização. Mas ali no Inter alguém do departamento de futebol colocou isso sem me comunicar. Atrapalhou. O time entrou em campo com um astral bem negativo”, acrescentou.

Em campo, o Inter só empatou em 1×1 e sofreu a inédita queda à segundona. Antes, Lisca ainda havia estado na derrota de 1×0 para o Corinthians e na vitória de mesmo placar em casa sobre o Cruzeiro.

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