Vice de futebol do Inter entre 2013 e 2014 e depois presidente entre 2017 e 2020, Marcelo Medeiros não pensa mais em voltar ao futebol. Pré-candidato a deputado estadual pelo PL, a quem se filiou recentemente, o ex-mandatário colorado concedeu entrevista nesta terça-feira ao Pampa Debates, da TV Pampa, detalhando o quanto é cansativo e desgastante dirigir um clube de futebol:
“É muito difícil tu voltar para o futebol depois de tu passar pela presidência. Pela cobrança, pelo desgaste, pela exposição. E eu cansei de viajar. Como presidente, tu faz pelo menos uma viagem por semana. É muito bacana, principalmente viajar para o interior, conhecer o torcedor que guarda ingresso, que coleciona camiseta. Antes eu fui dois anos vice de futebol do presidente Giovanni Luigi. Até brinquei com ele que, se ele voltar, eu volto pro futebol. Mas ele já disse que não”, declarou.
Medeiros, claro, vem acompanhando as notícias do Inter e do futebol em geral, mostrando preocupação com a onda de violência vista no esporte nos últimos meses. Ele citou, por exemplo, o caso de ameaça ao volante colorado Edenilson na última semana:
“Estamos no final de abril. Terminamos os regionais e começamos os torneios nacionais. Já tivemos bomba no ônibus do Bahia, pedrada no ônibus do Grêmio, ameaça de morte a jogadores do Corinthians e agora ameaça a jogador do Inter. Não pela ameaça inconsequente de adolescentes, mas esse vídeo foi mandado pro filho do Edenilson. Uma criança de 10 anos. O futebol não é isso. Não é perder duas partidas e ter faixa na rua, ter protesto de torcida. Estamos vivendo um momento de intolerância num segmento da economia que é pra dar alegria. Isso tem me preocupado muito nesse início de temporada”, encerrou.
Medeiros foi um dos convidados especiais de D’Alessandro para o seu jogo de despedida na vitória de 2×1 contra o Fortaleza, no Beira-Rio. Além dele, o antigo camisa 10 chamou Fernando Carvalho, Giovanni Luigi, Delcir Sonda e Élio Carravetta.