
Em meio à euforia pela aquisição da gestão da Arena do Grêmio, o empresário Marcelo Marques adotou uma postura que vai além da celebração: ele se comprometeu publicamente a blindar o clube de qualquer prejuízo financeiro até o fim do ano. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa nesta terça-feira (15), no auditório do estádio, e marca um capítulo inédito na relação entre o Grêmio e sua casa.
“O Grêmio não vai ter nenhum ônus nesta transição, nem a OAS. Nesses cinco meses de contrato para passar para o Grêmio, a ideia é fechar no zero a zero. Se der negativo, eu prometi bancar para a OAS. E se der positivo, volta o lucro para o Grêmio”, afirmou Marques.
A fala, feita diante de dirigentes e conselheiros, reforça que o empresário não apenas doou os direitos de gestão da Arena, mas também assumiu a responsabilidade por eventuais déficits operacionais durante o período de transição — que vai até dezembro de 2025.
Arena do Grêmio será reconfigurada para ampliar receita e acesso
Além do compromisso financeiro, Marcelo Marques apresentou planos estruturais e comerciais para transformar a Arena em um ativo rentável e acessível. Um dos primeiros passos será a retirada do tablado da arquibancada norte, o que permitirá a recuperação de cerca de 2 mil lugares no setor da Geral do Grêmio.
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“Ali na Arquibancada Norte tem uma elevação, um tablado, que tem mais uns dois mil lugares. Isso será nossa prioridade: tirar esse tablado”, explicou Marques.
A meta é implementar um sistema de check-in para sócios, permitindo que ingressos não utilizados sejam comercializados a preços populares. Com isso, o clube espera ter mais de 30 mil torcedores por jogo, com ocupação total das cadeiras disponíveis.
“Esses ingressos que sobrarem do check-in terão preços muito atrativos. Queremos ter mais de 30 mil torcedores em todos os jogos. O clube precisa da torcida e, agora, a Arena é nossa”, completou.
Grêmio projeta até R$ 100 milhões por ano com gestão própria
Com a Arena sob controle gremista, o clube passa a administrar diretamente todas as receitas geradas pelo estádio. Segundo projeções apresentadas por Marcelo Marques, o Grêmio poderá faturar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões por ano, dependendo do engajamento da torcida e da eficiência comercial.
“O custo anual da Arena gira em torno de R$ 50 milhões. Mesmo pagando todos os custos, o Grêmio terá no mínimo R$ 50 milhões líquidos e pode chegar até R$ 100 milhões. Vai depender do torcedor”, explicou Marques.
A expectativa é que o clube amplie seu quadro social para 300 mil associados, o que representaria um salto histórico na arrecadação e na presença de público nos jogos.
Arena sem shows e com foco exclusivo no futebol
Outro ponto que marca a nova fase é o fim dos eventos não esportivos na Arena. Marques deixou claro que o estádio será exclusivamente dedicado ao futebol, evitando prejuízos ao gramado e conflitos de agenda.
“A tendência é que não se tenha mais shows no estádio. Brinquei dizendo que os shows serão só do Grêmio agora. Não é rentável ter shows de bandas na Arena”, comentou o empresário.