Marcado por gol contra e queda, Geferson relembra passagem no Inter e convocação: “Achei que era trote”

Desde 2018 defendendo as cores do CSKA Sofia, da Bulgária, o lateral-esquerdo Geferson, hoje com 26 anos, repassou a trajetória no Inter em entrevista ao Globoesporte.com e deu a sua versão sobre os acontecimentos que levaram o clube ao rebaixamento em 2016.

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Um ano antes, quando virou titular com o técnico Diego Aguirre a partir da saída de Fabrício, que brigou com a torcida, Geferson iniciou bem, foi convocado à Seleção para a Copa América, mas ficou marcado negativamente ao retornar: fez um gol contra na eliminação para o Tigres na semifinal da Libertadores. Ainda naquele ano, com dores no ombro, perderia a posição para Artur.

“Eu não boto a culpa na dor. Estava na Seleção, treinava normalmente e voltei para o Inter. Se fosse direto para o departamento médico, diriam que estava “marrento” porque estava na Seleção. Segui treinando com dor. Se tivesse insuportável, eu pararia. Jogador não consegue estar o tempo todo lá em cima, só Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar, que são incomparáveis. Eu, como sou normal, não consegui manter depois de voltar da Seleção. Nunca foi falta de treinamento ou falta de personalidade. Era um momento que não estava bem. O Argel foi outro cara que sempre me deixou muito tranquilo. Ele disse que me conhecia e confiava em mim, mas depois eu precisei operar o ombro. Eu não aguentava mais, tinha medo de trombar, de cair (…) Quando voltei, o Artur estava bem e continuou”, disse, antes de acrescentar:

“Eu voltei então a jogar só com o (Celso) Roth e chamei ele para conversar porque tinha proposta do Santa Cruz quando não estava jogando. “Eu preciso jogar, professor. Estou há um tempo sem jogar”. Mas ele pediu para ficar porque eu jogaria. Voltei e joguei 11 seguidas. Depois mudou o treinador, me tirou de novo. O time não era ruim que você achasse que fosse cair, mas era um time sem sorte. Trabalhávamos para caramba, os caras puxavam, mas não tínhamos sorte. O Vitinho levava o time nas costas. Não sei a razão, mas o nosso time estava assim. Corria, mas não ganhava os jogos. Tivemos uma queda brusca. Aquilo começa a ficar na cabeça, mais uma rodada sem ganhar, afeta o psicológico. Não sei se foi isso que levou o Inter a cair”.

Geferson tomou susto com ligação da convocação

O lateral descansava após um treinamento quando recebeu uma ligação de número cujo prefixo era “021”. Inicialmente, achou se tratar de um trote. Nem ele mesmo esperava ser chamado para a Seleção naquele instante, poucos jogos depois de ter virado titular do Inter.

“Jogamos contra o Santa Fé, no Beira-Rio e o Dunga estava lá. Eu não sabia que ele estaria naquele jogo. Então fui para casa tranquilo. No outro dia, tinha a recuperação. Não lembro se foi um ou dois dias depois que veio o comunicado. Treinávamos geralmente pela manhã. Então eu almoçava e cochilava. Eu estava dormindo e o celular tocou. Olhei um número 21, pensei que fosse cobrança e não atendi. Mas tocava insistentemente. Então atendi e perguntaram se sabia quem era e eu disse que não, perguntaram se o Inter tinha passado algo e falaram que era da Seleção. Eu falei que estavam de brincadeira e desliguei na cara. Não sabia que o Marcelo tinha sido cortado. Liguei para minha mãe e empresário, que também não sabiam”, falou, para depois terminar:

“Para mim, era trote. Como todo mundo começou a me ligar, eu meio que acreditei. Liguei a televisão e estava passando a notícia. Com 21 anos, estava na Seleção para jogar uma Copa América. Vários craques que tiveram uma longa carreira e não jogaram e eu, começando, fui lembrado. Foi o auge da carreira”.

Antes de ir para o leste europeu, Geferson ainda esteve emprestado ao Vitória, da Bahia, em 2017.

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