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Marabá confirma “ajuda” na vinda de Fernandão e lamenta pouco tempo de Inter: “Queria mais”

Ex-volante concedeu entrevista de forma exclusiva à reportagem do Zona Mista

Foi apenas um ano de Inter, mas o suficiente para render uma entrevista repleta de histórias, momentos marcantes e sentimento de nostalgia para Marabá, volante colorado na temporada de 2004. De forma exclusiva ao Zona Mista, ele relembrou o período no Beira-Rio e confirmou ter sido consultado pela direção da época sobre a contratação de Fernandão, que havia sido seu colega anos antes no Goiás:

Zona Mista: Para iniciarmos a nossa conversa, quais as principais lembranças que você tem do Inter? Gostou da sua passagem por Porto Alegre?

Marabá: Eu lembro de todos os detalhes, principalmente a turbulência que foi a minha saída do Goiás para o Inter. Como o meu contrato vencia dia 15 ou 16 de janeiro de 2004, e o Inter se apresentava dia 5, eu não me apresentei junto com o elenco. Tive que treinar separado no Mirassol, em São Paulo, através do professor Lori Sandri, que Deus o tenha. Aí teve um julgamento, pois o Goiás entrou na Justiça contra mim. E os advogados do Inter me representaram. Voltei de Mirassol para Goiânia para participar do julgamento. Ganhei a causa e aí que eu fui me apresentar no Inter. O grupo já estava em Bento Gonçalves fazendo a pré-temporada. Eu cheguei logo depois. Comecei a treinar, porque lá em Mirassol não era a mesma coisa. Fiz uma preparação muito forte com o Paulo Paixão, só que me lesionei antes da estreia. Eu não tinha histórico nenhum de lesão, mas lesionei a panturrilha. E fiquei fora da estreia. Teve rumor que eu tinha vindo machucado, mas não teve nada disso. Só fui estrear na quarta ou quinta rodada do Gauchão.

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ZM: Teve alguma chance de voltar ao clube?

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M: Lembro de todos esses detalhes. Lembro da cidade de Porto Alegre, da convivência no Beira-Rio. Tudo que eu vivi foi muito legal, foi interessante. Infelizmente, fiquei só um ano e logo me transferi para o Cruzeiro. Era para eu voltar depois de um ano. O Abel Braga queria que eu voltasse. Estava tudo certo. Eu inclusive iria para o Mundial. Mas não deu certo. O São Caetano entrou na jogada, me comprou e a volta não aconteceu.

ZM: O que lembro é que o Inter tentou bastante a sua contratação até conseguir, em 2004. Mas você acabou jogando apenas um ano no clube. O que foi determinante para você não ficar mais tempo no colorado?

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M: Eu tive para ir para o Inter bem antes de 2004. Eu lembro que em 2002 eu tive uma proposta. Naquele ano o Inter foi mal no Brasileirão. E depois disso veio a reformulação. Em 2003, tive uma outra proposta do Inter. Do Grêmio e do Athletico também. Mas a proposta mais concreta foi do Inter. Um dirigente esteve em Goiânia conversando comigo. E eu tive depois a primeira conversa com o presidente Fernando Carvalho. Havia também uma chance de eu ir para fora, mas eu aguardava algo concreto. Por vezes, o atleta recebe contato meio de longe, muita especulação, por isso eu esperei. E infelizmente, depois eu poderia ter voltado ao Inter. Eu tinha feito um bom ano e tinha tudo para fazer outro ano bom no Inter, até renovar o contrato e permanecer mais tempo. Mas a minha ida para o Cruzeiro… são negociações. Não vou dizer que atrapalhou. A gente nunca sabe o destino. Fui emprestado ao Cruzeiro, retornei e fui vendido para o São Caetano. São negociações do futebol. Mas pela forma que a torcida me recebeu, a própria imprensa, eu gostaria e queria ter jogado mais no Inter. Infelizmente, foi só um ano, mas foi um ano muito bom.

ZM: O 2004 do Inter teve título do Gauchão, semi de Sul-Americana e campanha mediana no Brasileirão.

M: Sim, fomos campeões do Gauchão em cima da Ulbra e fizemos um bom Brasileirão, apesar das mudanças de treinador. Primeiro o Lori Sandri, aí veio o Joel Santana e finalizamos com Muricy. Ficamos entre os 10, nos comportamos bem. Para mim, foi um bom ano. Havia planejamento. E futebol é planejamento a longo prazo. O Fernando Carvalho já vinha organizando detalhes, elenco, time. Por isso aconteceu de ser vitorioso depois. Tudo foi plantado. Pois todo ano você tem que reformular. Tem jogador em fim de contrato, tem outros que não vão bem. Foi isso que aconteceu.

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ZM: É verdade que você deu o aval para a direção contratar o Fernandão em 2004? Como era a sua relação com ele?

M: Nós iniciamos juntos aqui no Goiás desde a base. Ele sempre esteve no time principal do Goiás, mesmo na reserva algumas vezes. Era de seleção de base também. No profissional, foi se destacando aos poucos. A bola aérea dele era excelente. Ele era grandão. Só que ele foi desconhecido para a França. Não jogou tanto tempo no Goiás. Lá na França, começou a jogar e teve passagens importantes. Eu sempre acompanhei ele. E era um cara que ainda jogava como meia, apesar de ser centroavante de origem. Só que, na epoca do Goiás, o Aloísio estava muito bem, o Alex Dias, o Dill. Ele quase não tinha vaga. Aí sobrava uma vaga na meia.

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ZM: Quem do Inter te chamou para conversar sobre ele?

M: No Inter, o Vitorio Piffero me chamou para saber das informações do Fernandão. O empresário que tinha me levado para o Inter era o mesmo do Fernandão. E eu passei as características dele. Que era um jogador eficiente na bola aérea, de toque de bola, com muita qualidade e técnica, mas não tinha muita velocidade. A bola aérea era específica dele. Principalmente no ataque. Sobre o Fernandão, foi isso. Eu dei as informações e em seguida ele se apresentou no clube.

ZM: Você sentiu muito a diferença de estilo de jogo no Rio Grande do Sul depois de atuar tanto tempo no Goiás?O que te chamou a atenção no futebol gaúcho?

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M: O futebol gaúcho é muito competitivo. Muita pegada, jogos duros, fortes. O Gauchão está relacionado com isso. Força, vontade. Mas eu não tive dificuldade. Eu fui um jogador de muita marcação e combate. Eu não senti tanto. Mas eu lembro que tínhamos jogadores técnicos que sentiam dificuldades por isso. Jogador mais leve, com técnica, sentia bastante. Lembro do Nilmar, do Sobis, Diego, Diogo… eu via esses meninos com um pouco de dificuldade. Principalmente o Nilmar, que era magrinho. O Sobis era mais forte, trombava com todo mundo. Quem jogava era o Diego, que tinha muita velocidade. Ele pecava na hora de finalizar. Aí veio o Nilmar, magrinho, você não dava nada para ele, mas tinha ótima finalização. Aí ele ganhou força e velocidade, e ganhou espaço.

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